Prefeita petista diz um sonoro “não” a Gleisi

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, tem manifestado preocupação com o cenário eleitoral de 2026, diante da falta de nomes competitivos dispostos a disputar cargos majoritários. Em Minas Gerais, um dos estados mais estratégicos do país, o partido enfrenta dificuldades para definir um candidato ao governo estadual, após a recusa da prefeita de Contagem, Marília Campos, em entrar na disputa.

Segundo informações de bastidores, Marília comunicou oficialmente à ministra Gleisi Hoffmann e à Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula que não aceitará concorrer ao Executivo mineiro nem integrar uma chapa como vice. A prefeita afirmou ter interesse apenas em uma eventual candidatura ao Senado, condicionada ao consenso dentro do partido e à aprovação do presidente Lula.

“As medidas de recuperação do Estado de Minas serão muito duras”, justificou Marília, ao explicar sua decisão.

A gestora ainda sinalizou que considera mais viável uma candidatura de centro-esquerda para o governo mineiro, em vez de um nome ligado diretamente ao PT.

“Acredito que o perfil de uma candidatura de centro-esquerda tenha mais facilidade para implantar essas ações”, declarou.

Apoio a Alexandre Kalil e ausência de lideranças petistas

A posição de Marília ficou ainda mais evidente durante o lançamento da pré-candidatura de Alexandre Kalil (PDT) ao governo de Minas, realizado na quinta-feira (6). O evento contou com a presença da prefeita, que demonstrou apoio explícito ao ex-prefeito de Belo Horizonte, mas não teve a participação de nomes de destaque da cúpula petista, como Edinho Silva, presidente nacional do partido, e a deputada Leninha, presidente estadual.

“Estou feliz que o Kalil tenha retornado à vida política”, afirmou Marília no evento, reforçando o distanciamento em relação a uma candidatura própria do PT no estado.

Histórico e trajetória política

Filiada ao PT desde a década de 1980, Marília Campos construiu uma carreira sólida na política mineira. Foi vereadora de Contagem, cidade que governa pela quarta vez. Tornou-se a primeira mulher eleita prefeita do município em 2004, foi reeleita em 2008 e voltou ao cargo em 2020, garantindo um novo mandato em 2024.

Dificuldade estratégica do PT

Com a saída de Marília do páreo, o PT enfrenta um vácuo de liderança em Minas Gerais, terceiro maior colégio eleitoral do país. A indefinição sobre uma possível candidatura do senador Rodrigo Pacheco (PSD) ao governo estadual também adiciona incertezas ao cenário político.

Nos bastidores, integrantes do partido admitem que Gleisi Hoffmann tem encontrado resistência interna para formar palanques estaduais sólidos. A situação em Minas reforça a percepção de que o PT poderá depender de alianças com legendas de centro e centro-esquerda para tentar manter influência nas eleições de 2026.

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Bruno Rigacci

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