Senado dos EUA derruba tentativa de restringir poderes de Trump para atacar Venezuela
O Senado dos Estados Unidos rejeitou, nesta quinta-feira (6), uma resolução que buscava obrigar o presidente Donald Trump a obter autorização do Congresso antes de iniciar operações militares na Venezuela.
A proposta foi derrotada por 51 votos a 49, em uma votação marcada por forte divisão partidária. Apenas dois senadores republicanos se juntaram aos democratas no apoio à medida, que visava limitar os poderes presidenciais em decisões de natureza militar.
Contexto e preocupações
O debate ganhou força após relatos de que, desde setembro, as forças armadas dos EUA teriam realizado ao menos 16 ataques contra embarcações suspeitas de envolvimento com o tráfico de drogas no Caribe e na costa da Venezuela.
Segundo fontes citadas pela imprensa americana, essas operações resultaram em mais de 60 mortes, o que levou parlamentares democratas a cobrarem maior controle legislativo sobre o uso da força militar fora do território norte-americano.
Apesar das críticas, o governo dos EUA afirmou que não há planos específicos de intervenção na Venezuela, ressaltando que as ações recentes se concentraram em operações marítimas contra o narcotráfico e não em ataques diretos ao governo venezuelano.
Divisão política e impacto
A derrota da resolução representa uma vitória política para Trump e reforça sua autoridade sobre decisões militares no exterior, um tema central em sua agenda de segurança nacional.
O resultado reacende o debate histórico sobre o War Powers Act, lei de 1973 que limita o poder do presidente de iniciar conflitos armados sem aprovação do Congresso — uma discussão que, segundo analistas, volta a ganhar peso em meio à crescente tensão com regimes autoritários na América Latina.





