Gastos detalhados de Lula e Janja com iate no Pará ficam em sigilo

A embarcação Iana III, utilizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pela primeira-dama Janja da Silva durante a estadia em Belém (PA) nos preparativos para a COP30, tornou-se o mais recente foco de questionamentos sobre transparência nos gastos públicos. O motivo é a falta de informações detalhadas sobre o contrato de aluguel do iate, firmado com uma empresa sediada em Manaus (AM).

De acordo com informações da Presidência da República, a diária da embarcação foi negociada por cerca de R$ 2,7 mil por pessoa, o que representa um custo mínimo de R$ 5,4 mil considerando apenas o casal presidencial. No entanto, não há dados oficiais sobre quantos membros da equipe acompanharam Lula e Janja na embarcação, nem sobre possíveis custos adicionais com operação e logística incluídos no contrato.

Luxo e consumo

Com mais de dez camarotes, sala de jantar, solarium e deck, o Iana III oferece uma estrutura de alto padrão e já foi utilizado anteriormente por órgãos públicos do Amazonas e empresas privadas.

A polêmica em torno do uso do iate também envolve críticas à coerência ambiental do governo. Uma apuração do site PlatôBR revelou que o Iana III consome entre 120 e 150 litros de diesel por hora, o que contrasta com o discurso de sustentabilidade adotado pelo presidente nos preparativos para a COP30 — conferência global sobre mudanças climáticas que será sediada por Belém em 2025.

Até o momento, não há registro de medidas de compensação ambiental adotadas pelo governo para neutralizar as emissões de gases resultantes da viagem presidencial.

Custos adicionais

Além do fretamento do Iana III, o governo também custea embarcações auxiliares e navios de apoio que transportam membros da comitiva e equipamentos por trechos em que o iate não consegue navegar, devido à baixa profundidade de alguns rios da região.

Procurada, a Presidência da República afirmou que o uso da embarcação faz parte da logística necessária para as agendas oficiais em áreas ribeirinhas, mas não divulgou o valor total gasto com o deslocamento e hospedagem fluvial do presidente e sua equipe.

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Bruno Rigacci

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