Moraes manda preservar provas da megaoperação no Rio; advogado ironiza decisão: “Peça também ao Comando Vermelho”
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a preservação e documentação integral de todos os elementos materiais e periciais relacionados à megaoperação policial no Rio de Janeiro, que deixou mais de 100 mortos nos últimos dias.
De acordo com informações da CNN Brasil, o ministro ordenou que o acesso aos materiais periciais seja garantido à Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, atendendo a um pedido da Defensoria Pública da União (DPU). A solicitação pedia que o STF assegurasse a preservação completa das provas, para permitir a elaboração de contraprovas por parte do órgão.
No documento enviado ao Supremo, a DPU também requer que as perícias sejam acompanhadas por assistentes técnicos e profissionais especializados, com o objetivo declarado de “garantir a lisura da produção probatória”.
A decisão de Moraes ocorre em meio à repercussão da Operação Contenção, conduzida por forças estaduais e federais nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro. A ação foi amplamente apoiada pela população, mas criticada por entidades e setores da esquerda, que apontam supostos abusos policiais.
Críticas e ironia nas redes
A decisão do ministro gerou forte repercussão nas redes sociais. Um dos comentários mais compartilhados veio do advogado americano Martin de Luca, que representa o ex-presidente Donald Trump em ações civis nos Estados Unidos.
De Luca ironizou a decisão de Moraes, afirmando que o ministro “devesse também pedir ao Comando Vermelho que preservasse suas próprias provas”.
No X (antigo Twitter), ele escreveu:
“Alexandre de Moraes ordenou que as autoridades do Rio de Janeiro preservem as provas da operação contra o Comando Vermelho.
Aparentemente, o homem que tinha aversão à transparência em tudo — desde a censura da liberdade de expressão até o recebimento da intimação no caso Rumble — descobriu seu amor pela ‘integridade das provas’.
Ele convocou uma audiência pública com ONGs para garantir a ‘imparcialidade processual’. Nem uma palavra, é claro, sobre a imparcialidade para os policiais que enfrentam drones, granadas e fuzis de assalto de origem estrangeira, ou para os civis mantidos como reféns por essas gangues.
Talvez Moraes devesse também pedir ao Comando Vermelho que preservasse suas próprias provas, como os comprovantes de compra dos fuzis do exército venezuelano e dos drones de origem misteriosa.
É o tipo de performance que só Moraes conseguiria fazer — o incendiário apresentando um seminário sobre prevenção de incêndios.”
A declaração do advogado rapidamente viralizou entre perfis conservadores e defensores das forças de segurança brasileiras, que acusam o ministro de dar mais atenção a organizações criminosas do que aos policiais mortos e feridos durante a operação.
O STF ainda não se pronunciou sobre as críticas.





