Exilada, juíza Ludmila expõe o avanço da violência no Rio e revela: “Fui vítima de bala perdida aos 11 anos” (veja o vídeo)
A ex-juíza Ludmila Lins Grilo, que vive atualmente nos Estados Unidos, se pronunciou sobre a megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro na última terça-feira (28/10), que resultou em mais de 120 criminosos mortos ou presos. Em declaração publicada nas redes sociais, Ludmila — que é carioca e ex-moradora da região do Complexo do Alemão, onde parte da operação ocorreu — disse ter recebido as notícias “com tristeza” e cobrou o governo federal por não classificar as facções criminosas como organizações terroristas.
“Eu recebi com muita tristeza as notícias do que estava acontecendo no Rio de Janeiro. Sou carioca, vivi a vida inteira no Rio e só saí depois que passei em um concurso em Minas Gerais”, afirmou.
A ex-magistrada relatou ainda ter sido vítima de bala perdida aos 11 anos, quando estudava em uma escola próxima ao Complexo do Alemão:
“A bala atingiu minha perna, felizmente não foi nada demais. A bala foi removida, e até hoje tenho uma cicatriz na canela.”
Críticas ao governo federal
Ludmila, que ficou conhecida por suas críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e por se exilar nos Estados Unidos alegando perseguição política e judicial, aproveitou o comentário para questionar a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação ao combate ao crime organizado.
“É urgente que essas organizações criminosas sejam categorizadas como terroristas. E fica a pergunta retórica: por que Lula se recusa a fazer isso?”, declarou.
A cobrança da ex-juíza ecoa um debate crescente entre setores da segurança pública e da política sobre a necessidade de endurecer a legislação contra facções como o Comando Vermelho (CV) e o Terceiro Comando Puro (TCP), que dominam vastas áreas do Rio de Janeiro e de outros estados.
Contexto da megaoperação
A operação do dia 28 de outubro é considerada uma das maiores já realizadas no Rio de Janeiro nos últimos anos. Coordenada por forças estaduais e federais, teve como objetivo desarticular bases de facções criminosas responsáveis por ataques em massa a ônibus, tiroteios e controle de comunidades inteiras.
Entre os alvos, estava a “Japinha do CV”, figura conhecida nas redes sociais e que morreu durante confronto com as forças policiais.
O governador Cláudio Castro (PL) defendeu a ação e afirmou que o Estado “não se curvará ao crime”. O episódio, no entanto, gerou críticas de setores da esquerda e de entidades de direitos humanos, que apontam uso excessivo da força e falta de transparência nas operações.
Quem é Ludmila Lins Grilo
Ludmila Lins Grilo foi juíza de Direito em Minas Gerais até ser afastada do cargo por decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023, após acusações de conduta incompatível com a magistratura e de disseminação de informações falsas nas redes.
Desde então, passou a se definir como exilada política, alegando perseguição por parte do STF e de autoridades brasileiras.
Nos Estados Unidos, ela mantém presença ativa nas redes sociais, onde comenta temas ligados à liberdade de expressão, política e segurança pública no Brasil.





