Marco Rubio cita postura de ‘juízes brasileiros’ e destrói o plano de Lula
Poucas horas antes da reunião entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o secretário de Estado americano, Marco Rubio, fez uma declaração que gerou forte repercussão diplomática e aumentou a tensão em torno do encontro.
Ao ser questionado sobre a relação bilateral e as tratativas comerciais com o Brasil, Rubio afirmou que a perseguição digital contra cidadãos americanos nas redes sociais — em referência a decisões judiciais brasileiras que atingiram perfis e plataformas com sede nos EUA — terá de ser resolvida antes de qualquer avanço nas negociações.
“Obviamente, temos algumas questões com o Brasil, particularmente sobre como alguns de seus juízes têm tratado o setor digital nos Estados Unidos, os indivíduos localizados nos Estados Unidos por meio de postagens em redes sociais.
Teremos que resolver essas questões também.
Mas o Presidente vai explorar se há maneiras de superar tudo isso, porque acreditamos que será benéfico fazê-lo. Vai levar algum tempo”, declarou Rubio.
A fala do secretário foi interpretada como uma crítica direta ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao ministro Alexandre de Moraes, cujas decisões têm afetado empresas e cidadãos norte-americanos, incluindo contas suspensas e bloqueios de plataformas como X (antigo Twitter) e Telegram.
Fontes diplomáticas afirmam que o tema é delicado e prioritário para o governo Trump, que vê nas ações da Justiça brasileira violação da liberdade de expressão e interferência extraterritorial em serviços digitais operados por companhias americanas.
Para Lula, a declaração foi considerada um revés político nas horas que antecederam sua primeira reunião oficial com Trump. O republicano deixou claro que as tratativas diretas com o governo brasileiro não serão conduzidas pessoalmente por ele, mas sim por Marco Rubio, pelo senador Rick Scott e pelo assessor especial Jameson, trio encarregado das relações com a América Latina.
O gesto foi interpretado por analistas como um sinal de desconfiança e de distanciamento político do governo americano em relação ao Planalto.
Nos bastidores, assessores de Lula admitiram preocupação com o endurecimento do tom de Washington — especialmente diante das sanções recentes impostas pelos EUA a autoridades brasileiras — e reconhecem que o encontro em Kuala Lumpur ocorre em um ambiente diplomático de alta tensão.





