Mais um aliado de Lula perde o visto dos EUA e “surta”
O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira (24) sanções contra o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, sua esposa Verónica Alcocer e seu filho Nicolás Petro Burgos. A medida, divulgada pelo Departamento do Tesouro norte-americano, bloqueia todos os bens da família em território americano ou sob controle de cidadãos dos EUA.
As punições foram aplicadas pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), com base na Ordem Executiva 14059, que permite a sanção de estrangeiros supostamente envolvidos no comércio internacional de drogas ilícitas.
De acordo com o secretário do Tesouro, Scott Bessent, os cartéis de drogas teriam se fortalecido desde o início do governo Petro. O presidente americano Donald Trump, que reassumiu o cargo em 2025, afirmou que as medidas têm como objetivo “proteger os cidadãos americanos” e combater a “expansão de redes criminosas ligadas ao narcotráfico”.
“A Colômbia é um parceiro estratégico dos EUA, mas não podemos fechar os olhos para o crescimento alarmante da produção de cocaína e o enfraquecimento do combate aos cartéis”, disse Bessent em comunicado.
Petro reage e fala em “grande paradoxo”
Por meio de publicações na rede social X (antigo Twitter), o presidente colombiano reagiu com indignação às sanções, classificando-as como um “paradoxo”, já que, segundo ele, a Colômbia tem sido aliada histórica de Washington no combate ao narcotráfico.
“De fato, a ameaça de Bernie Moreno foi cumprida; minha esposa, meus filhos e eu entramos na lista do OFAC. Meu advogado de defesa será Dany Kovalik, dos EUA. O combate efetivo ao narcotráfico há décadas me traz esta medida do governo da sociedade que tanto ajudamos a acabar com o uso de cocaína. Um grande paradoxo, mas nem um passo para trás e nunca de joelhos”, escreveu Petro.
O presidente afirmou ainda que não pretende ceder às pressões e prometeu “resistir às sanções impostas”.
Contexto político e diplomático
As sanções marcam um novo ponto de tensão nas relações entre Washington e Bogotá, que historicamente mantiveram cooperação militar e antinarcóticos. Petro, aliado de governos de esquerda na região — como o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) —, tem defendido uma política alternativa para o combate às drogas, baseada na redução da violência e na regulação da produção de coca.
O governo norte-americano, porém, sustenta que a produção de cocaína na Colômbia aumentou significativamente desde a posse de Petro, em 2022, e atribui a alta à “falta de rigor” nas operações contra os cartéis.
Em resposta, o presidente colombiano nega qualquer envolvimento com atividades ilícitas e diz que as acusações têm motivação política.
Até o momento, a Chancelaria colombiana não informou se apresentará protesto diplomático ou recorrerá a instâncias internacionais contra as medidas.





