Receita Federal passa a monitorar Pix acima de R$ 2 mil; entenda a nova regra
Desde o dia 1º de setembro de 2025, a Receita Federal passou a monitorar todas as movimentações via Pix que ultrapassem R$ 2 mil por mês no CPF de pessoas físicas. No caso de pessoas jurídicas (CNPJ), o limite estabelecido é de R$ 6 mil mensais.
A medida não cria novos impostos nem taxas, mas obriga bancos e instituições financeiras a reportar à Receita operações que ultrapassem esses valores, como parte de uma estratégia de fiscalização e cruzamento de dados com o Imposto de Renda.
Como funciona o monitoramento
A Receita afirma que os dados serão utilizados para identificar inconsistências entre os valores movimentados e os valores declarados na declaração anual de IR.
Se houver indícios de:
Omissão de rendimentos
Subfaturamento
Lavagem de dinheiro
O contribuinte poderá ser notificado e, em casos mais graves, autuado ou investigado.
O que muda para o cidadão
Se você já declara corretamente sua movimentação financeira, nada muda.
No entanto, quem utiliza o Pix com frequência — por exemplo, em atividades informais, negócios sem CNPJ, ou recebimentos recorrentes fora do radar do IR — deve redobrar a atenção.
A Receita recomenda:
Guardar comprovantes das operações
Organizar extratos bancários mensais
Declarar corretamente movimentações relevantes no IR
Por que o Pix está sendo monitorado?
O crescimento explosivo do Pix no Brasil nos últimos anos — com bilhões de transações mensais — trouxe benefícios à população, mas também abriu brechas para práticas ilícitas, como:
Sonegação de impostos
Ocultação de patrimônio
Lavagem de dinheiro
Com o novo monitoramento, o governo quer fechar essas brechas, sobretudo em um cenário de queda na arrecadação e aumento das transações digitais.
Como evitar problemas com a Receita
Se você movimenta valores elevados pelo Pix, siga estas recomendações:
Mantenha registros contábeis ou pessoais atualizados
Tenha documentos que comprovem a origem dos recursos
Evite movimentações em nome de terceiros
Regularize sua situação fiscal, se necessário
A Receita reforça que o objetivo não é penalizar o cidadão comum, mas sim aumentar o controle sobre fluxos financeiros incompatíveis com a renda declarada.