Gilson Machado diz que Bolsonaro ‘está morrendo aos poucos’

O ex-ministro do Turismo Gilson Machado afirmou neste sábado (18/10) que o ex-presidente Jair Bolsonaro “está morrendo aos poucos” e criticou duramente aliados que, segundo ele, estão mais preocupados com o “espólio político” do ex-mandatário do que com sua saúde e liberdade.

A declaração foi feita por meio de uma publicação no X (antigo Twitter), em tom de desabafo:

“Eu conheço o presidente Bolsonaro. Ele está somatizando todo esse sofrimento a ele imposto. Bolsonaro está morrendo aos poucos. As pessoas que se elegeram por sua causa deveriam parar de lutar pelo espólio do nosso maior líder, que ainda está vivo. Temos que focar todos nossos esforços pela volta da liberdade em nosso país. Não sei o que será do Brasil se Bolsonaro morrer no cárcere.”

Prisão domiciliar e saúde frágil

Jair Bolsonaro, de 70 anos, cumpre prisão domiciliar em Brasília desde agosto deste ano, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito das investigações sobre tentativa de golpe e obstrução de justiça.

Desde o atentado a faca em 2018, durante a campanha presidencial, o ex-presidente enfrenta problemas recorrentes de saúde, como crises de soluço, refluxo e dores abdominais. Já foi hospitalizado diversas vezes nos últimos anos e, segundo aliados, tem apresentado piora emocional e física desde o início da prisão domiciliar.

Michelle também se manifesta

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também usou as redes sociais neste sábado para expressar sua insatisfação com a situação do marido. Em mensagem publicada no Instagram, ela lamentou não poder comemorar o aniversário de 15 anos da filha Laura Bolsonaro como gostaria:

“Infelizmente, não poderemos celebrar como pretendíamos, por conta de uma injustiça que hoje mantém seu pai em prisão domiciliar.”

A comemoração, no entanto, foi parcialmente autorizada pelo STF. Na sexta-feira (17/10), o ministro Alexandre de Moraes permitiu um almoço familiar em casa, com a presença de até nove pessoas, conforme solicitado pela defesa.

Entre os autorizados, estavam:

  • Seis membros do grupo de oração liderado por Michelle

  • A senadora Damares Alves (Republicanos-DF)

  • A madrinha de Laura

  • O maquiador e amigo da família Agustin Fernandez

Críticas internas e disputa por protagonismo

A declaração de Gilson Machado escancarou um clima de disputa interna no campo bolsonarista, especialmente com a indefinição sobre a liderança da direita nas eleições de 2026. Com Bolsonaro fora do cenário eleitoral, figuras como Tarcísio de Freitas, Michelle Bolsonaro, e até aliados de primeira hora, como Eduardo e Flávio Bolsonaro, estão sendo apontados como possíveis sucessores.

Ao usar o termo “espólio”, Machado sugeriu que alguns aliados estariam se antecipando politicamente, tentando ocupar o espaço de Bolsonaro antes mesmo de um desfecho definitivo sobre sua situação judicial.

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Bruno Rigacci

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