CPMI do INSS tem bate-boca

A sessão da CPMI do INSS desta quinta-feira (16/10) foi marcada por um bate-boca entre o presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), e o deputado Alencar Santana (PT-SP). O motivo do embate foi a acusação do petista de que Viana não assinou o requerimento de criação da comissão, o que o desqualificaria, segundo ele, de questionar a legitimidade de outros parlamentares no colegiado.

Durante a reunião, Alencar Santana reagia a críticas da oposição por, supostamente, não ter apoiado a instalação da CPMI. Em resposta, defendeu seu direito de integrar os trabalhos e acusou o presidente da comissão de também não ter assinado o requerimento original.

“O senhor não assinou. Não está no requerimento”, disparou o deputado, em tom firme.

Carlos Viana, visivelmente irritado, negou a acusação e afirmou que seu nome consta entre os signatários, o que levou a oposição a reagir com vaias e risos irônicos. Em seguida, Viana cortou a fala de Alencar, alegando que o deputado estava atrasando os trabalhos.

“O senhor não vai repor meu tempo, tudo bem, vou fazer a minha questão de ordem. A censura prevalece em alguns momentos”, respondeu Alencar Santana, denunciando suposta tentativa de silenciamento.

Assinatura ausente — ou erro técnico?

O requerimento de criação da CPMI do INSS, lido pelo presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), no dia 17 de junho, não traz o nome de Carlos Viana entre os signatários. O documento reuniu 223 assinaturas de deputados e 36 de senadores — número suficiente para instalação da comissão.

No entanto, em nota oficial divulgada nesta quinta-feira, Viana alegou que assinou o requerimento, mas que seu nome — assim como o do senador Paulo Paim (PT-RS)não apareceu no documento final por uma falha técnica nos sistemas do Congresso.

“Foi verificado que a lista de assinaturas está correta no portal da Câmara, mas, por uma falha de sistema, alguns nomes não apareceram na lista constante do requerimento que chegou ao Senado”, explicou Viana.

O senador afirmou ainda que o Prodasen, centro de tecnologia do Senado, confirmou sua assinatura nos registros digitais (Sedol e Senado Digital), e que o requerimento será republicado com correções.

“Reitero: assinei o requerimento de constituição desta Comissão. Isso, aliás, se reflete em todos os meus atos como presidente, que buscam contemplar o maior número de requerimentos aprovados e depoimentos realizados por esta Comissão”, concluiu.

Clima tenso na CPMI

A CPMI do INSS foi instalada para apurar fraudes no sistema de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social, incluindo suspeitas de pagamentos irregulares, organizações criminosas e omissões administrativas. A presidência de Carlos Viana foi considerada uma vitória da oposição, especialmente de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que pressionam por investigações mais amplas.

O clima na comissão tem sido tenso desde o início, com disputas políticas entre governistas e oposicionistas, e o episódio desta quinta intensificou a polarização nos trabalhos.

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Bruno Rigacci

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