Moraes reage a brincadeira de advogado no STF

Em meio ao julgamento do chamado núcleo 4 da trama golpista, nesta segunda-feira (14), o ministro Alexandre de Moraes protagonizou um momento inusitado no Supremo Tribunal Federal (STF), ao responder com bom humor a uma brincadeira feita pelo advogado Melillo Dinis do Nascimento, defensor de Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, presidente do movimento Voto Legal.

Durante sua sustentação oral, Melillo falou sobre os riscos da desinformação e recorreu a exemplos bem-humorados para ilustrar seu argumento. Um deles envolveu o próprio ministro Moraes:

“Vivemos um momento histórico em que qualquer desinformação pode ser atribuída a qualquer pessoa. Quer ver? Se eu disser que o ministro Alexandre de Moraes é torcedor do Palmeiras, isso não é apenas injusto, como pode acabar trazendo consequências quando ele for ao Itaqueirão”, disse o advogado, em referência ao estádio do Corinthians, time pelo qual Moraes é notoriamente apaixonado.

A resposta do ministro arrancou risadas no plenário:

“E para o senhor também. Consequências sérias”, retrucou Moraes, sorrindo.

A descontração não ficou por aí. Melillo continuou com outros exemplos para reforçar seu ponto sobre o alcance e o perigo da desinformação nos dias atuais:

“Seria como afirmar que a ministra Cármen Lúcia, mineira, não gosta de Minas Gerais, ou que o ministro Flávio Dino foi governador da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e não do Maranhão.”

Apesar do tom leve, o advogado concluiu sua fala de forma séria, alertando para o ambiente político e informacional do país:

“Estamos em um ecossistema fundamentalista, polarizado, cristalizado em um mecanismo que não tem controle. E essa falta de controle não depende da produção ou não da informação.”

O episódio, embora descontraído, expôs o clima tenso e carregado de simbolismo que envolve o julgamento dos envolvidos nas articulações antidemocráticas investigadas pelo STF.

O núcleo 4 é composto por nomes que atuaram nos bastidores da tentativa de golpe, com foco em estratégias digitais, desinformação e apoio técnico às ações ilegais. As sessões devem seguir ao longo da semana, com mais sustentações orais previstas.

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Bruno Rigacci

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