“Nós temos um boxeador por trás de Fachin”, avalia Tagliaferro

Durante sua participação no programa Pleno Time, nesta quarta-feira (9), o perito Eduardo Tagliaferro comentou a posse do ministro Edson Fachin como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do ministro Alexandre de Moraes como vice-presidente da Corte — repetindo a mesma composição da presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições de 2022.

Tagliaferro, que tem sido uma voz crítica em relação à condução das eleições e ao Judiciário, fez elogios ao perfil pessoal de Fachin, mas voltou a atacar Alexandre de Moraes com declarações contundentes e polêmicas.

“Fachin é tranquilo, mas Moraes é um cão bravo”

Segundo Tagliaferro, o ambiente no TSE sob Fachin era considerado “calmo” e “respeitoso” por funcionários e colaboradores. Ele citou relatos internos sobre o comportamento do ministro:

“Eu sempre escutei dentro do TSE que era espetacular trabalhar com o Fachin, porque ele é um cara muito tranquilo. Você entra no gabinete dele, e ele coloca uma ópera, uma música clássica… acalma as pessoas para depois tratar o problema”, afirmou.

Apesar disso, o perito contrapôs o estilo de Fachin ao de Moraes:

“Porém, a gente sabe que junto com ele tem um cão de guarda, né? A gente tem o Alexandre de Moraes, que parece que é um cão com raiva constante, mordido por diversos morcegos ali. E ele está totalmente contaminado, né? É um cão bravo”, disparou.

As falas provocaram reações nas redes sociais, com críticas e apoios divididos.

Críticas ao “planejamento político” e ao futuro da Corte

Tagliaferro também sugeriu que há um plano estruturado por trás da atual formação do STF, sugerindo motivações políticas ligadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT):

“Tudo foi muito bem planejado, calculado por quem queria, de fato, Lula no poder”, afirmou, sem apresentar provas.

O perito expressou preocupação com o futuro da Corte, lembrando que daqui a dois anos, Alexandre de Moraes assumirá a presidência do STF, seguindo a linha sucessória tradicional da Corte:

“Fachin será uma figura pacificadora, mas Moraes é o boxeador por trás. Vai ser complicado”, opinou.

Contexto: troca de comando no STF

Edson Fachin assumiu a presidência do STF no final de setembro, sucedendo Luís Roberto Barroso, que anunciou sua saída antecipada da Corte nesta quinta-feira (9). A nova gestão terá mandato até 2027, quando, segundo a tradição da Corte, Alexandre de Moraes — hoje vice — assumirá a presidência.

A dupla também comandou o TSE em 2022, ano eleitoral marcado por embates com apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, ações contra desinformação e tensões institucionais entre os Três Poderes.

Repercussão

As declarações de Tagliaferro devem alimentar a polarização política e jurídica, especialmente entre opositores do governo e críticos do STF. Nas redes, aliados do ex-presidente Bolsonaro compartilharam os trechos da entrevista como crítica ao “aparelhamento do Judiciário”.

No entanto, juristas e parlamentares mais alinhados ao centro e à esquerda consideram as falas como ataques desproporcionais e ofensivos à institucionalidade do Supremo Tribunal Federal.

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Bruno Rigacci

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