Tagliaferro expõe atitudes de Ricardo Lewandowski no exterior

Em entrevista concedida nesta quarta-feira (8) ao programa Pleno Time, Eduardo Tagliaferro, investigado por envolvimento em inquérito sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, comentou sobre o pedido de extradição contra ele feito pelo atual ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. Segundo Tagliaferro, o processo representa uma tentativa de silenciamento orquestrada por figuras centrais do Judiciário brasileiro.

Durante a conversa, Tagliaferro traçou o que chamou de “linha do tempo” para contextualizar sua acusação. Ele lembrou que, em agosto de 2022, Alexandre de Moraes assumiu a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tendo Lewandowski como seu vice. “As eleições de 2022 foram conduzidas por ambos dentro do TSE. Tudo o que aconteceu de irregular naquele período passou pelas mãos deles”, afirmou.

Segundo ele, irregularidades teriam sido cometidas durante o processo eleitoral, e tanto Moraes quanto Lewandowski teriam responsabilidade direta. “Se Alexandre de Moraes fez e seu vice-presidente sabia e via o que estava acontecendo, também faz parte de todo esse problema”, afirmou Tagliaferro, que já levou suas denúncias a outras instâncias, incluindo o Congresso Nacional e autoridades nos Estados Unidos.

Críticas diretas a Lewandowski

Tagliaferro foi incisivo ao criticar o atual ministro da Justiça, que classificou como “a figura da Justiça brasileira” e responsável por pressionar pela celeridade de sua extradição. “[Lewandowski] é a pessoa que pede celeridade. Eu tenho informação de que ele manda diversos pedidos com urgência não só com o meu problema, mas também com relação ao caso da deputada Carla Zambelli”, declarou.

Ele também sugeriu que há um esforço deliberado por parte de autoridades para evitar que determinadas informações venham a público. “A sede de calar, o medo de que tudo seja revelado”, afirmou.

Acusações de aparelhamento

Ao longo da entrevista, o perito fez graves acusações de aparelhamento das instituições brasileiras. “É grande o medo deles. Eles estão com pressa, com medo. Mas se percebe que existiu toda uma estratégia, todo um aparelhamento do Estado”, disse Tagliaferro, sem apresentar provas durante a conversa.

Ele também afirmou que existe no país uma tentativa de abafar denúncias que apontariam para violações de direitos humanos, censura e influência de grupos ideológicos. “No Brasil, existem comunistas, pessoas que violam direitos humanos, que censuram, que calam”, afirmou, atribuindo a essas forças o desejo de vê-lo extraditado rapidamente.

Contexto judicial

O nome de Tagliaferro ganhou visibilidade nos últimos meses por conta de investigações relacionadas a possíveis crimes contra o Estado democrático de direito. Sua defesa havia solicitado o afastamento de Alexandre de Moraes da relatoria do inquérito, pedido negado pelo então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Roberto Barroso, em 2024.

Agora, com o pedido de extradição formalizado pelo Ministério da Justiça, o caso ganha novo capítulo — em meio a fortes tensões políticas e acusações cruzadas entre investigados e integrantes do Judiciário.

Confira:

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Bruno Rigacci

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