Paulinho da Força revela data para votação da desometria

A Câmara dos Deputados deve votar na próxima terça-feira (14) o projeto de lei que propõe a redução das penas aplicadas a condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, que resultaram na depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.

O relator da proposta, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), confirmou a data após reunião com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). Segundo Paulinho, o texto final ainda está sendo ajustado e pode ser apresentado até esta quarta-feira (8) ou apenas na véspera da votação.

De acordo com o deputado, há articulação com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para garantir que, se aprovado na Câmara, o projeto também avance no Senado.

Redução na aplicação das penas

O projeto prevê mudanças na forma como as penas são aplicadas nos crimes contra o Estado democrático de Direito. Atualmente, as condenações podem resultar em penas somadas. Com a nova proposta, apenas a pena mais grave seria considerada, o que poderia reduzir significativamente o tempo de prisão de diversos réus — inclusive do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), caso venha a ser condenado no âmbito das investigações relacionadas.

A medida é vista como uma alternativa à proposta de anistia, que enfrenta forte resistência no Congresso e no Judiciário.

Divisão entre os Poderes e partidos

A proposta tem gerado divisões dentro e fora do Parlamento. O Centrão — grupo informal de partidos de centro-direita com peso decisivo no Congresso — apoia a redução das penas, inclusive com respaldo de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que enxergam na medida um meio-termo mais aceitável do que o perdão total.

Parlamentares da oposição, em sua maioria bolsonaristas, preferem a anistia ampla e irrestrita para os envolvidos. Já partidos da esquerda, como PT e PSOL, são contrários a qualquer tipo de benefício para os condenados, defendendo a manutenção integral das punições estabelecidas pelo STF.

A votação promete acirrar ainda mais os ânimos entre os diferentes grupos políticos e deve colocar em evidência o posicionamento de parlamentares em relação aos atos de 8 de janeiro — que seguem sendo um ponto sensível no debate político brasileiro.

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Bruno Rigacci

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