Eduardo B. comenta escolha de Rubio para negociações: “Ajuda”
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) celebrou nesta segunda-feira (6/10) a escolha do secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, como principal interlocutor do governo norte-americano nas negociações com o Brasil. Rubio foi designado pelo presidente Donald Trump para conduzir o diálogo com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), após a videoconferência entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em publicações na rede social X (antigo Twitter), Eduardo afirmou que a decisão foi um “golaço” e rebateu análises que apontam a presença de Rubio como um complicador para a diplomacia brasileira.
“Não complica o Brasil, nos ajuda! A escolha do Presidente Donald Trump só complica o regime de exceção. Golaço!”, escreveu, em postagens feitas tanto em português quanto em inglês.
O parlamentar, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), também elogiou o conhecimento regional de Rubio e fez duras críticas ao Judiciário brasileiro.
“O secretário Rubio conhece bem a América Latina. Sabe muito bem como funcionam os regimes totalitários de esquerda na região. Sabe como o Judiciário foi instrumentalizado como ferramenta de perseguição política. Ele não cairá nesse papo furado do regime, de independência de um Judiciário aparelhado”, escreveu.
Aproximação entre Lula e Trump é minimizada por Eduardo
Horas antes da confirmação da videoconferência entre Lula e Trump, Eduardo Bolsonaro ironizou a possibilidade de qualquer conversa entre os dois presidentes acontecer, citando matéria da Folha de S.Paulo que apontava entraves na articulação de um encontro.
“Se bem me lembro era a agenda do Lula que estava cheia. Eu só fico imaginando qual compromisso um sujeito pode ter mais importante do que poder conversar com o presidente da maior potência econômica mundial…”, ironizou.
Após o telefonema, que segundo o Planalto ocorreu em “tom amistoso” e durou cerca de 30 minutos, Trump afirmou publicamente que Lula é “um bom homem” e que pretende “começar a fazer negócios” com o Brasil — declaração vista como sinal de distensão após semanas de tensão comercial entre os dois países.
Rubio como símbolo de tensão com o STF
Eduardo também republicou reportagens com declarações recentes de Marco Rubio sobre o Brasil. Em uma delas, o secretário norte-americano afirma que a aplicação da Lei Magnitsky — que prevê sanções contra autoridades acusadas de violar direitos humanos — foi um “aviso” e que os Estados Unidos “responderão adequadamente a essa caça às bruxas”, em referência à prisão de Jair Bolsonaro.
“Eis o designado pelo presidente Donald Trump para tratar com Alckmin. Tirem suas conclusões”, escreveu Eduardo, sugerindo que Rubio manterá uma linha dura nas conversas com o governo Lula.
Rubio é visto como um político conservador de linha dura, crítico de regimes de esquerda na América Latina e defensor de uma política externa mais assertiva dos EUA na região. Sua nomeação como secretário de Estado no governo Trump foi celebrada por aliados de Bolsonaro e gerou desconforto em parte da diplomacia brasileira.