O presidente da Argentina, Javier Milei, participou na noite de segunda-feira (6/10) de um comício em Buenos Aires que marcou o lançamento do livro “A Construção do Milagre”, obra que narra seus dois primeiros anos à frente do governo argentino. O evento teve clima de espetáculo, com show de rock protagonizado pelo próprio presidente, conhecido por seu estilo performático e irreverente.
Diante de uma multidão de apoiadores, que agitavam bandeiras, balões e sinalizadores na cor roxa — símbolo associado à identidade visual do governo Milei —, o presidente misturou política, religião, críticas à esquerda e declarações de apoio a Israel.
Durante seu discurso, Milei pediu a libertação dos reféns ainda mantidos pelo grupo Hamas desde o ataque de 7 de outubro de 2023 contra o sul de Israel.
“Peço que libertem todos os reféns, e que isso aconteça antes que se completem dois anos desse trágico episódio”, disse o presidente, sob aplausos do público.
Citações polêmicas e discurso ideológico
No decorrer da fala, Javier Milei também mencionou episódios de violência política envolvendo líderes internacionais conservadores. Citou a facada em Jair Bolsonaro durante a campanha de 2018, o atentado a Donald Trump em julho de 2024, e mencionou falsamente a morte de Álvaro Uribe, ex-presidente da Colômbia, e do ativista norte-americano Charlie Kirk — ambos vivos até a última verificação oficial.
“Tentaram matar Jair Bolsonaro, Donald Trump, mataram Uribe, e recentemente tiraram a vida do nosso querido Charlie Kirk”, afirmou Milei, sem apresentar fontes para as informações.
As declarações rapidamente repercutiram nas redes sociais e veículos de imprensa. Aliados de Uribe na Colômbia e representantes do movimento conservador americano ainda não se pronunciaram oficialmente sobre a citação.
Compromissos ideológicos e promessa de liberdade
Ao encerrar o comício, o presidente argentino reafirmou sua promessa de campanha de transformar a Argentina em “o país mais livre do mundo”, reforçando seu compromisso com reformas econômicas liberais, redução do Estado e combate ao que chama de “socialismo cultural”.
“Vamos resgatar este país da decadência. Vamos libertá-lo das garras do populismo e fazer da Argentina um farol de liberdade para o mundo inteiro”, declarou Milei.
Desde que assumiu o cargo, Javier Milei tem adotado uma postura política marcada por forte alinhamento com líderes da direita global, como Donald Trump, Jair Bolsonaro e Benjamin Netanyahu. Ao mesmo tempo, tem protagonizado embates com chefes de Estado da América do Sul, incluindo o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, a quem frequentemente se refere de forma crítica.