Lula conversa por videochamada com Donald Trump na manhã desta segunda
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por videochamada com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na manhã desta segunda-feira (6). A ligação ocorre em meio ao aumento da tensão diplomática entre os dois países, após a Casa Branca anunciar novas tarifas sobre produtos brasileiros.
Segundo fontes do Ministério das Relações Exteriores, o contato foi articulado no fim de semana entre o Itamaraty e a diplomacia norte-americana. O principal objetivo da conversa foi discutir as recentes barreiras comerciais impostas pelos EUA e buscar formas de evitar uma escalada nas medidas de retaliação.
Comércio bilateral sob pressão
Durante a videochamada, Lula teria reiterado a posição do governo brasileiro em favor de uma saída negociada, argumentando que as tarifas afetam setores estratégicos do Brasil. Entre os produtos atingidos estão o aço, o alumínio e o etanol, itens de grande peso na balança comercial entre os dois países.
A decisão do governo Trump de impor novas tarifas foi classificada por autoridades brasileiras como “abrupta” e “unilateral”. A equipe econômica brasileira estuda medidas de resposta, mas o Palácio do Planalto avalia que o diálogo direto entre os presidentes pode abrir caminho para uma solução diplomática.
Preparação para possível encontro presencial
A conversa também serviu como preparação para um possível encontro presencial entre Lula e Trump ainda neste mês, durante uma reunião internacional marcada para ocorrer na Malásia. A avaliação no Planalto é que um gesto público de diálogo pode ajudar a conter danos políticos e econômicos provocados pela disputa comercial.
A expectativa é que o governo brasileiro divulgue uma nota oficial nas próximas horas, detalhando os temas discutidos, o tom da conversa e possíveis desdobramentos. Fontes próximas ao Itamaraty afirmam que o diálogo foi “franco, porém respeitoso”.
Cenário tenso e repercussão política
A imposição de tarifas por parte de Washington foi mal recebida por setores do agronegócio e da indústria nacional, que temem perda de competitividade no mercado americano. Políticos da base aliada e da oposição pressionam o governo Lula por uma resposta firme, mas negociada.
Analistas avaliam que o episódio coloca em xeque a estabilidade do relacionamento bilateral, que vinha sendo mantido em tom pragmático, apesar das diferenças ideológicas entre os dois presidentes.