Israel nega maus-tratos a Greta Thunberg: “Mentiras descaradas”
Neste domingo (5), o Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou, por meio de comunicado oficial, que os direitos legais dos ativistas da flotilha humanitária Global Sumud – classificada pelo governo israelense como “flotilha Hamas-Sumud” – estão sendo “plenamente respeitados”. A nota é uma resposta às recentes denúncias feitas por ativistas deportados, que relataram abusos durante o período de detenção, incluindo agressões contra a ativista sueca Greta Thunberg.
De acordo com a pasta israelense, as acusações de maus-tratos “são mentiras descaradas”. “Todos os direitos legais dos detidos são plenamente respeitados”, afirmou o ministério em publicação na rede social X (antigo Twitter).
O governo de Israel também declarou que Greta Thunberg e outros ativistas “se recusaram a acelerar sua deportação e insistiram em prolongar sua estadia sob custódia”. Ainda segundo a nota, a jovem sueca “não apresentou nenhuma queixa às autoridades israelenses sobre as acusações absurdas e infundadas, porque nunca ocorreram”.
DENÚNCIAS DE MAUS-TRATOS
No sábado (4), ativistas deportados para a Turquia relataram ter enfrentado condições degradantes durante sua detenção. Eles afirmam ter sido mantidos com as mãos amarradas nas costas por até 40 horas, sem acesso a água, alimentos ou banheiros. Alguns alegam ter recorrido a beber água de vasos sanitários para sobreviver.
Entre os relatos mais graves, está o de que Greta Thunberg teria sido arrastada pelo chão e forçada a beijar uma bandeira de Israel, além de sofrer agressões verbais e físicas. Israel nega categoricamente essas alegações.
INTERCEPTAÇÃO EM ÁGUAS INTERNACIONAIS
As embarcações da Global Sumud, carregadas com ajuda humanitária destinada à Faixa de Gaza, foram interceptadas pela Marinha israelense entre a última quinta-feira (2) e sexta-feira (3), em águas internacionais, cerca de 70 milhas náuticas da costa de Gaza. A região está sob bloqueio naval imposto por Israel, que afirma que as embarcações tentavam acessar “uma zona de combate ativa”.
O governo israelense sustenta que a operação foi necessária por razões de segurança, enquanto organizações internacionais e grupos pró-direitos humanos contestam a legalidade da interceptação em águas internacionais e o tratamento dado aos detidos.
CONTEXTO POLÍTICO
A presença de figuras públicas como Greta Thunberg na flotilha chamou a atenção global para a situação em Gaza, especialmente em meio ao aumento das tensões na região. A jovem ativista ambiental tem sido uma das vozes internacionais mais críticas em relação às ações militares de Israel e à crise humanitária vivida pela população palestina.
Até o momento, parlamentares e entidades de direitos humanos têm pressionado por uma investigação internacional sobre o caso, enquanto o governo israelense tenta conter a repercussão negativa no exterior.