Hamas concorda em libertar todos os reféns israelenses
O grupo extremista Hamas anunciou nesta sexta-feira (3) que aceita os termos propostos pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a libertação de todos os reféns israelenses, vivos ou mortos, mantidos sob seu poder. A decisão, segundo comunicado da organização, foi tomada “após um estudo intenso” e visa alcançar “o cessar das hostilidades”.
A resposta do Hamas ocorre em meio à crescente pressão internacional por um acordo que ponha fim à guerra na Faixa de Gaza. No texto divulgado, o grupo afirma estar disposto a negociar imediatamente os detalhes do plano por meio de mediadores.
“Estamos prontos para libertar todos os prisioneiros israelenses, sempre que se cumpram as condições sobre o terreno para a troca”, diz o comunicado.
Além da questão dos reféns, o Hamas também se comprometeu a entregar a administração da Faixa de Gaza a uma organização palestina formada por tecnocratas independentes, respaldada por consenso nacional e apoio árabe e islâmico.
A proposta aceita pelo grupo parte de um plano de 20 pontos apresentado por Trump na última segunda-feira (1º), na Casa Branca, que inclui:
Fim imediato da guerra;
Libertação total dos reféns israelenses;
Criação de um governo de transição em Gaza, supervisionado por Trump e pelo ex-premiê britânico Tony Blair;
Desmilitarização da Faixa;
Possibilidade futura de discutir a criação de um Estado palestino — proposta que já foi rejeitada publicamente por Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel.
Em sua rede social, a Truth Social, Trump deu ao Hamas um prazo até este domingo (5), às 18h (horário de Washington), para aceitar a proposta, ameaçando “um inferno como nunca antes se viu” caso o grupo recusasse os termos.
O comunicado do Hamas reafirma que qualquer definição sobre o futuro de Gaza e os direitos do povo palestino deve ser debatida dentro de um “marco nacional palestino integral”, com base nas resoluções internacionais.
“O Hamas fará parte dele e contribuirá com plena responsabilidade”, finaliza a nota.
Repercussão e próximos passos
A aceitação pública do plano por parte do Hamas representa um passo inédito desde o início do atual conflito, e coloca agora pressão sobre Israel e seus aliados para responder à sinalização do grupo. Até o momento, o governo israelense, liderado por Netanyahu, ainda não comentou a declaração oficial do Hamas.