Empresária explica R$ 5 milhões recebidos do Careca do INSS

A publicitária e empresária Danielle Miranda Fonteles afirmou, por meio de nota oficial divulgada nesta quinta-feira (2), que os R$ 5 milhões recebidos do lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, correspondem a parcelas de um contrato de compra e venda de um imóvel localizado em Trancoso, no município de Porto Seguro (BA).

Segundo Danielle, o valor total do imóvel era de R$ 13 milhões, a ser pago em 13 parcelas de R$ 1 milhão. Camilo Antunes teria efetuado seis pagamentos, mas o contrato foi rescindido após o bloqueio de suas contas judiciais, ocorrido no contexto da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que investiga um esquema de fraudes em aposentadorias no INSS.

“Portanto, o repasse refere-se a uma transação comercial devidamente documentada”, afirmou a publicitária.

Operação foi desfeita em maio

O distrato contratual entre as partes foi assinado em 21 de maio de 2025, após a deflagração da operação da PF. Danielle declarou ainda que entregará às autoridades todos os documentos da negociação, incluindo o contrato de compra e venda, bem como o distrato formalizado após a suspensão da operação imobiliária.

Coaf apontou “risco elevado”, mas não viu ilegalidade direta

A movimentação financeira foi detectada e comunicada pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) à CPMI do INSS, que apura desvios bilionários no sistema previdenciário. O relatório do Coaf classificou a situação como um “cenário de risco elevado”, devido ao perfil do pagador, envolvido em fraudes, e à ausência de vínculo comercial direto conhecido entre as partes.

No entanto, o documento não identificou ilegalidade direta nas transações feitas à publicitária.

Relação com o PT

Danielle Fonteles ficou conhecida por sua atuação como marqueteira de campanhas políticas, especialmente do Partido dos Trabalhadores (PT). Ela chefiou a agência Pepper Comunicação Interativa, responsável por parte da comunicação da campanha presidencial de Dilma Rousseff, em 2010. Contudo, em sua nota de esclarecimento, Danielle afirma que não mantém vínculos comerciais com o PT desde 2015.

“Cabe acrescentar que Danielle Miranda Fonteles não tem relações comerciais com o Partido dos Trabalhadores desde 2015, portanto há pelo menos 10 anos”, diz a nota.

Contexto político

A movimentação financeira tornou-se alvo de pedido de quebra de sigilo fiscal e bancário da publicitária, feito pelo senador Sergio Moro (União Brasil-PR) na CPMI. O parlamentar argumenta que os repasses merecem apuração detalhada, e não descarta a convocação de Danielle para prestar depoimento.

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Bruno Rigacci

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