Câmara dos Deputados aprova isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil; proposta vai ao Senado

A Câmara dos Deputados aprovou por unanimidade, nesta quarta-feira (1º), o Projeto de Lei 1.087/2025, que amplia a faixa de isenção total do Imposto de Renda (IR) para contribuintes com renda mensal de até R$ 5 mil. O texto recebeu 493 votos favoráveis e agora segue para análise do Senado Federal. Se aprovado, irá à sanção presidencial.

Caso o trâmite legislativo seja concluído ainda neste ano, as novas regras valerão para as declarações entregues a partir de 2026.

Além da isenção para quem ganha até R$ 5 mil, o projeto também prevê descontos progressivos para contribuintes com rendimentos mensais de até R$ 7.350.

“Com essa votação, a Câmara mostra que é amiga do povo”, declarou o presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), ao encerrar a sessão.

Promessa de campanha de Lula e impacto fiscal

A proposta foi encaminhada pelo Executivo em março de 2025 e vinha sendo cobrada por parlamentares da base governista. A medida cumpre uma das principais promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), feita em 2022, e é vista como estratégica para uma eventual tentativa de reeleição em 2026.

Segundo estimativas do Ministério da Fazenda, a ampliação da faixa de isenção deve beneficiar cerca de 16 milhões de brasileiros, com impacto de R$ 25,8 bilhões nas contas públicas.

Taxação dos super-ricos para compensar perdas

Para compensar a perda de arrecadação, o projeto inclui a taxação de altos rendimentos, com alíquotas progressivas de até 10% sobre ganhos anuais acima de R$ 1,2 milhão.

O texto prevê uma alíquota mínima para quem recebe mais de R$ 50 mil por mês (equivalente a R$ 600 mil por ano), incluindo lucros e dividendos. A taxação será aplicada de forma progressiva até atingir o teto de 10%.

Exceções e negociações

Para viabilizar o acordo e ampliar o apoio parlamentar, o relator da proposta, deputado Arthur Lira (PP-AL), manteve uma exceção importante: os lucros e dividendos distribuídos até 31 de dezembro de 2025 seguirão isentos de tributação.

A inclusão da exceção foi considerada crucial para acalmar o setor empresarial e garantir o avanço do projeto na Casa.

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Bruno Rigacci

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