Comitiva brasileira na ONU custou mais de R$ 4 milhões
A participação do Brasil na 80ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York, já custou mais de R$ 4,3 milhões aos cofres públicos, segundo dados divulgados pelo Portal da Transparência até a última quarta-feira (24). A comitiva liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu pelo menos 110 representantes do governo federal e de órgãos vinculados.
Os valores parciais apontam R$ 2,8 milhões gastos com hospedagem e R$ 1,5 milhão com o aluguel de veículos. O Ministério das Relações Exteriores informou que os números ainda estão sendo consolidados e devem ser atualizados nos próximos dias.
Quem participou da comitiva
Além do presidente Lula, integraram a comitiva a primeira-dama Rosângela Lula da Silva (Janja), o governador do Ceará, Elmano de Freitas, representantes de estatais como o Banco do Brasil e o BNDES, além de diversos ministros de Estado.
Entre os ministros que acompanharam o presidente estão:
Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública)
Camilo Santana (Educação)
Márcia Lopes (Mulheres)
Sônia Guajajara (Povos Indígenas)
Jader Barbalho Filho (Cidades)
Mauro Vieira (Relações Exteriores)
Marina Silva (Meio Ambiente)
Destaques entre as ausências, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, não participou da viagem por restrições de entrada impostas pelos Estados Unidos, decorrentes do governo de Donald Trump. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, decidiu não viajar por opção própria.
Custos comparados com 2024
Apesar de significativo, o valor de R$ 4,3 milhões ainda está abaixo dos gastos registrados em 2024, quando a comitiva presidencial custou aproximadamente R$ 8 milhões. Na ocasião, foram 161 integrantes, incluindo oito ministros de Estado.
No entanto, uma comparação definitiva entre os anos de 2024 e 2025 ainda não é possível, já que nem todos os gastos deste ano foram registrados — como diárias e despesas com segurança presidencial, que muitas vezes não são divulgadas por motivos estratégicos.
Transparência e questionamentos
A presença numerosa da comitiva e os custos envolvidos geraram críticas e questionamentos de parte da sociedade e da oposição, especialmente em um momento de contenção fiscal. O governo, por outro lado, tem argumentado que a presença do Brasil na ONU é estratégica para fortalecer a imagem do país no cenário internacional e reforçar sua atuação em pautas como meio ambiente, justiça social e diplomacia multilateral.