Diretor da PF e delegado responsável por inquérito do golpe têm vistos suspensos

O governo dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, suspendeu os vistos de entrada do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e do delegado Fábio Schor, responsável pelo inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado ocorrida em 8 de janeiro de 2023. A informação foi confirmada por fontes próximas ao Departamento de Estado norte-americano.

A Polícia Federal informou que, por ora, não irá se manifestar oficialmente sobre o caso. Segundo nota enviada à imprensa, a instituição aguarda uma comunicação formal do governo norte-americano antes de comentar a medida.

As suspensões fazem parte de um pacote de sanções anunciado por Washington nesta segunda-feira (22), que inclui também o advogado-geral da União, Jorge Messias, cuja autorização de entrada no país também foi revogada.

As ações foram interpretadas por analistas como uma resposta política da gestão Trump à atuação de autoridades brasileiras no processo judicial que resultou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe. Trump, aliado histórico de Bolsonaro, retornou à presidência dos EUA após as eleições de 2024.

Ataques ao STF e comparações polêmicas

A tensão diplomática entre os dois países se intensificou ao longo do dia. Em pronunciamento, um alto funcionário do Departamento de Estado chegou a comparar o ministro Alexandre de Moraes e sua esposa, a advogada Viviane Barci de Moraes, ao casal criminoso Bonnie e Clyde — notório por seus crimes nos EUA durante a década de 1930.

O senador republicano Marco Rubio também se manifestou, dizendo, em tom de provocação, que a sanção contra a esposa de Moraes “sirva de lição” a outras autoridades brasileiras. O escritório de advocacia de Viviane também foi alvo de sanções, tendo seus ativos nos EUA bloqueados.

Reações no Brasil

As medidas têm potencial para gerar novos embates diplomáticos e reacender o debate sobre a interferência internacional em processos judiciais internos. O governo brasileiro ainda não se pronunciou oficialmente sobre o tema, mas há expectativa de uma resposta formal por meio do Itamaraty.

A crise marca um novo capítulo no já conturbado relacionamento entre Brasília e Washington, agora sob o impacto direto da volta de Trump à Casa Branca e sua postura de apoio aberto a Jair Bolsonaro.

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Bruno Rigacci

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