Trump diz que Charlie Kirk se tornou um ‘mártir pela liberdade’; funeral reuniu milhares em estádio
O funeral do ativista conservador Charlie Kirk, realizado neste domingo (21) no State Farm Stadium, em Glendale, Arizona, reuniu cerca de 100 mil pessoas, segundo os organizadores. A cerimônia, marcada por homenagens emocionadas e forte conteúdo político, foi classificada como evento de segurança nacional máxima pelas autoridades dos Estados Unidos.
Kirk, de 31 anos, foi assassinado a tiros em 10 de setembro, dentro de uma universidade em Utah. Seu assassinato provocou repercussão global, especialmente entre movimentos conservadores, dos quais era uma das principais lideranças juvenis.
Discurso de Trump emociona e politiza cerimônia
O momento mais aguardado do evento foi o discurso do presidente Donald Trump, que subiu ao palco acompanhado da primeira-dama e de membros do alto escalão do governo. Visivelmente comovido, Trump chamou Kirk de “evangelista da liberdade” e afirmou que ele se tornou um “mártir” para os Estados Unidos:
“Nosso maior evangelista da liberdade americana se tornou imortal. Agora ele é um mártir pela liberdade dos EUA”, declarou o presidente.
“Sei que falo por todos aqui quando digo que nenhum de nós jamais esquecerá Charlie Kirk. E a história também não o esquecerá.”
Trump também insinuou que a “esquerda radical” seria responsável pelo assassinato, embora sem apresentar evidências. Segundo ele, o ativista foi morto por um “monstro radicalizado e frio”.
A declaração, que contrastou com o tom mais sóbrio dos demais oradores, foi recebida com aplausos pela maioria dos presentes.
Erika Kirk emociona público com apelo ao perdão
Em um dos discursos mais comoventes da tarde, Erika Kirk, viúva do ativista, subiu ao palco antes de Trump e surpreendeu ao dizer que perdoa o homem acusado de matar seu marido, Tyler Robinson, 22 anos.
“Eu o perdoo porque é isso que Cristo fez”, afirmou Erika.
“A resposta ao ódio não é o ódio.”
Após o discurso, Erika foi abraçada pelo presidente Trump em um momento que emocionou o estádio.
Lideranças conservadoras e multidão tomam o estádio
Além do presidente, estiveram presentes o vice-presidente JD Vance, ministros de Estado, senadores republicanos e figuras conhecidas da direita americana, como o empresário Elon Musk, que também é aliado político de Trump.
JD Vance afirmou que Kirk teve papel central no crescimento do movimento conservador moderno:
“Toda a nossa administração está aqui, não apenas porque amávamos Charlie como amigo, mas porque sabemos que não estaríamos aqui sem ele”, disse o vice-presidente.
A cerimônia contou com louvores cristãos, bandeiras dos EUA e imagens de Kirk, exibidas em telões e painéis espalhados pelo estádio. Estima-se que dezenas de milhares de participantes estavam vestidos de vermelho, branco e azul, em referência às cores da bandeira americana.
Esquema de segurança e tensão pré-evento
Dada a magnitude do evento, o funeral recebeu a classificação máxima de segurança, semelhante à utilizada em eventos como o Super Bowl. Segundo o Departamento de Segurança Interna, ameaças de credibilidade desconhecida foram monitoradas antes e durante a cerimônia.
Na sexta-feira (19), um homem armado de 42 anos foi detido ao tentar se aproximar do estádio antes da ativação do perímetro de segurança.
A capacidade do estádio, de 73 mil pessoas, foi excedida, e organizadores abriram uma arena anexa para acomodar o público excedente, estimado em até 100 mil pessoas.
Quem foi Charlie Kirk
Charlie Kirk fundou a Turning Point USA, uma organização conservadora voltada à juventude e ao debate político em universidades. Era um dos principais articuladores do movimento conservador jovem nos EUA e aliado próximo de Donald Trump desde a campanha de 2016.
Sua atuação era marcada pela defesa da liberdade de expressão, valores cristãos e políticas de direita econômica e cultural. O ativista também tinha forte presença digital, com milhões de seguidores em redes sociais e participações regulares em programas de televisão.
Seu assassinato é investigado como possível crime de motivação política, embora as investigações ainda estejam em curso.