Lula terá que enfrentar o seu maior medo cara a cara (veja o vídeo)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou neste domingo (21) rumo a Nova York, onde participará da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), marcada para os dias 22 a 24 de setembro. A viagem inclui uma comitiva formada por ministros, diplomatas e lideranças políticas, alguns dos quais, segundo relatos, teriam enfrentado restrições ou limitações de visto para ingresso nos Estados Unidos.

Como é tradição desde 1955, o chefe de Estado brasileiro será o primeiro a discursar na abertura dos debates da Assembleia Geral, na próxima terça-feira (23). O discurso ocorrerá após as falas do secretário-geral da ONU, António Guterres, e da presidente da 80ª sessão da Assembleia, Annalena Baerbock, ministra das Relações Exteriores da Alemanha.

Tom do Discurso e Conjuntura Internacional

A expectativa em torno do discurso de Lula inclui questões sensíveis da política internacional, como o conflito no Oriente Médio, a guerra na Ucrânia, as relações entre países emergentes e a defesa de reformas nos organismos multilaterais, como o Conselho de Segurança da ONU.

Internamente, observadores avaliam que o presidente pode adotar um tom mais ideológico, conforme fez em discursos anteriores na arena internacional. Lula já foi criticado por falas consideradas simpáticas a governos autoritários e por se posicionar de forma ambígua sobre conflitos como o do Hamas em Gaza.

Expectativa de Encontro com Donald Trump

Nos bastidores, um dos pontos mais comentados da viagem é a possibilidade de um encontro com o presidente dos EUA, Donald Trump, que também estará em Nova York para compromissos políticos e reuniões com investidores internacionais. Apesar de não estar na agenda oficial de Lula, o eventual encontro entre os dois líderes colocaria frente a frente dois dos nomes mais antagônicos da política mundial recente.

Lula já fez críticas públicas a Trump no passado e, em contrapartida, tem sido alvo de conservadores nos EUA, que o classificam como um líder de esquerda com tendências autoritárias.

Polêmica com Vistos na Comitiva

De acordo com a professora e comentarista política Paula Marisa, durante transmissão no programa Jornal do JCO, membros da comitiva de Lula enfrentaram obstáculos na concessão de vistos. Entre os nomes citados:

  • Alexandre Padilha, ministro de Relações Institucionais, teria perdido o visto devido a implicações no escândalo do programa Mais Médicos;

  • Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça, conseguiu visto restrito, válido apenas para participação nos eventos oficiais da ONU, mas não para livre circulação por Nova York.

Além disso, Paula mencionou que a primeira-dama Janja da Silva teria optado por permanecer na embaixada brasileira, o que foi interpretado por ela como um movimento de precaução:

“Será que Janja está com medo de que aconteça algo?”, questionou, sugerindo preocupação com o ambiente político no exterior.

Clima Político e Reações

A viagem ocorre em meio a uma crescente tensão política, tanto no Brasil quanto no exterior, com Lula sendo alvo de críticas de setores conservadores que o acusam de usar palanques internacionais para fins ideológicos.

Segundo Paula Marisa:

“O Brasil sempre abre a Assembleia Geral da ONU, mas estou curiosa para ver se Lula vai adotar o tom de ditador tupiniquense, que defende o Hamas e acha que Trump é o malvadão, porque eles vão ter que ficar cara a cara.”

Agenda Oficial

Além do discurso na ONU, a agenda de Lula inclui:

  • Encontros bilaterais com líderes de países emergentes;

  • Reuniões com representantes da ONU sobre mudanças climáticas e segurança alimentar;

  • Possível participação em eventos paralelos organizados por ONGs e fundações internacionais.

Segurança e Diplomacia

A segurança da comitiva será reforçada por equipes da diplomacia brasileira e autoridades locais. O Itamaraty ainda não se pronunciou sobre os relatos de restrições de visto, mas fontes do Ministério das Relações Exteriores confirmam que a viagem ocorre com acompanhamento jurídico e diplomático cuidadoso, dada a sensibilidade política envolvida.

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Bruno Rigacci

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