Irmão de Flávio Dino vira alvo da CPMI do INSS

O subprocurador-geral da República Nicolao Dino, irmão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, tornou-se alvo da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS no Congresso Nacional. O motivo é um acordo judicial envolvendo a União e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), homologado pelo STF, que trata da responsabilização em fraudes estimadas em R$ 6,3 bilhões, ocorridas entre 2019 e 2024.

Na segunda-feira (15), o deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) protocolou um requerimento para convocar Nicolao Dino como testemunha. O parlamentar quer que Dino esclareça os termos do acordo perante os membros da CPMI, especialmente os pontos que envolvem a suspensão de ações judiciais e a ausência de previsão de indenização por danos morais às vítimas das fraudes.

Acordo polêmico

O acordo foi assinado em julho deste ano e homologado pelo ministro Dias Toffoli, do STF. Ele estabelece a devolução administrativa integral dos valores obtidos fraudulentamente, mas exclui a reparação por danos morais. A medida também suspende todas as ações individuais e coletivas que tramitavam na Justiça sobre o tema.

Além de Nicolao Dino, também assinaram o documento:

  • Paulo Gonet, procurador-geral da República;

  • Jorge Messias, advogado-geral da União;

  • Wolney Queiroz, ministro da Previdência;

  • Gilberto Waller Jr., presidente do INSS;

  • Vinicius de Carvalho, controlador-geral da União;

  • Representantes da Defensoria Pública da União (DPU) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Kataguiri também apresentou requerimentos solicitando a convocação dos demais signatários, mas optou, neste primeiro momento, por focar no subprocurador Nicolao Dino.

“Magnitude das fraudes exige explicações”, diz Kataguiri

Segundo o deputado, a dimensão do escândalo e a abrangência do acordo exigem total transparência:

“Diante da magnitude das fraudes — estimadas em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024 — e da repercussão social e jurídica do acordo, é imprescindível que esta CPMI ouça todos os signatários do pacto”, argumentou Kim Kataguiri no requerimento.

A expectativa é que a convocação de Nicolao Dino seja votada nas próximas sessões da comissão, que tem mirado irregularidades no sistema previdenciário e a atuação de órgãos de controle e fiscalização.

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Bruno Rigacci

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