Jair Bolsonaro dá entrada em hospital de Brasília para realização de procedimento médico
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi levado na manhã deste domingo (14) ao Hospital DF Star, em Brasília, para a realização de um procedimento médico dermatológico. O deslocamento ocorreu com autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e foi acompanhado por agentes da Polícia Federal, já que Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde agosto.
A defesa do ex-presidente solicitou a autorização no início da semana, anexando um relatório médico que recomendava um procedimento na pele, com alta prevista para o mesmo dia. Moraes atendeu ao pedido na última quarta-feira (10), permitindo o deslocamento com escolta policial da Polícia Penal do Distrito Federal.
“Nos termos do art. 21 do Regimento Interno desta Suprema Corte, defiro o deslocamento de Jair Messias Bolsonaro, mediante escolta policial […], para que o requerente possa realizar o procedimento médico requerido”, escreveu o ministro em sua decisão.
Prisão domiciliar e tornozeleira eletrônica
Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, por decisão de Moraes. A medida foi adotada após o ministro entender que o ex-presidente teria burlado a proibição de usar redes sociais — inclusive por meio de terceiros, como os filhos — e incentivado postagens ofensivas contra o STF e o sistema eleitoral.
Desde então, Bolsonaro está proibido de receber visitas não autorizadas e é monitorado por tornozeleira eletrônica.
Investigações em andamento
A prisão domiciliar de Bolsonaro está relacionada a investigações no STF que envolvem também seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Eduardo é investigado por supostamente atuar junto ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em uma tentativa de pressionar o governo brasileiro e ministros do STF.
A apuração aponta que Jair Bolsonaro teria enviado recursos via PIX para sustentar a estadia do filho nos EUA, onde Eduardo reside desde março, alegando perseguição política.
Além disso, o ex-presidente é réu na ação penal que investiga uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O julgamento no Supremo foi encerrado na sexta-feira (12), e a decisão final sobre o caso deve ser divulgada nos próximos dias. Caso os recursos da defesa sejam rejeitados, Bolsonaro pode ser preso ainda este ano.