Após condenação, apoiadores fazem vigília no condomínio de Bolsonaro

Horas após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), apoiadores se reuniram em frente ao condomínio Solar de Brasília, onde Bolsonaro cumpre prisão domiciliar, para prestar solidariedade ao ex-chefe do Executivo. A manifestação foi marcada por orações, cânticos cristãos, hinos nacionais e forte simbologia patriótica.

A vigília teve início na noite desta quinta-feira (11) e se estendeu pela madrugada. A maioria dos manifestantes vestia roupas nas cores verde e amarela, muitos enrolados nas bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos, em referência à crescente articulação internacional em defesa de Bolsonaro.

Um carro de som foi instalado no local e entoava músicas religiosas e hinos nacionais. Entre os gritos de apoio, manifestantes clamavam por “justiça” e pediam anistia ampla para o ex-presidente e seus aliados.

Prisão domiciliar

Bolsonaro foi condenado pela Primeira Turma do STF a 27 anos e 3 meses de prisão, inicialmente em regime fechado, pelos seguintes crimes:

  • Tentativa de golpe de Estado

  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito

  • Organização criminosa armada

  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União

  • Deterioração de patrimônio tombado

No entanto, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, o ex-presidente cumpre temporariamente prisão domiciliar, no próprio condomínio onde vive, no bairro Jardim Botânico, em Brasília. Moraes justificou a medida afirmando que Bolsonaro descumpriu medidas cautelares anteriores, o que agravou sua situação processual.

Presença de lideranças políticas

O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido na Câmara, esteve presente na vigília e reafirmou a defesa de uma proposta de anistia ampla e irrestrita aos envolvidos na suposta tentativa de golpe de 2022.

“O que vemos aqui não é apenas uma vigília. É a manifestação da indignação de milhões de brasileiros que veem um líder ser perseguido por questões políticas”, declarou o parlamentar.

Condenação histórica e outros réus

A sentença contra Bolsonaro faz parte da Ação Penal 2.668, que trata do núcleo central da suposta trama golpista para reverter o resultado das eleições de 2022. Além do ex-presidente, foram condenados:

  • Alexandre Ramagem – deputado federal e ex-diretor da Abin

  • Almir Garnier Santos – ex-comandante da Marinha

  • Anderson Torres – ex-ministro da Justiça

  • Augusto Heleno – ex-chefe do GSI

  • Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa

  • Walter Braga Netto – ex-ministro da Defesa e candidato a vice em 2022

Todos foram responsabilizados por compor uma organização criminosa com fins golpistas e por promover ações coordenadas para tentar anular a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, reeleito em 2022.

Reações internacionais e pressão dos EUA

A condenação provocou forte reação internacional. O governo de Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos, declarou apoio a Bolsonaro, classificando a sentença como “perseguição política”. O secretário de Estado Marco Rubio chegou a prometer uma “resposta” dos EUA àquilo que chamou de “caça às bruxas”, e o país já suspendeu vistos de ministros do STF e aplicou sanções comerciais contra o Brasil.

Próximos passos jurídicos

A defesa de Bolsonaro informou que vai recorrer da decisão ao Plenário do STF, enquanto articulações políticas continuam nos bastidores para tentar aprovar uma proposta de anistia no Congresso Nacional — medida que enfrenta forte resistência da base governista e de movimentos sociais.

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Bruno Rigacci

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