Manifestantes vão até a casa de Moraes e polícia é acionada

Na noite da última quarta-feira (30), um grupo de manifestantes foi impedido pela Polícia Militar de São Paulo de seguir com um protesto pacífico na Zona Oeste da capital paulista, mais especificamente no bairro do Jardim Europa, onde está localizado o endereço residencial do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O grupo se preparava para exibir um boneco inflável representando Moraes, ao lado de uma bandeira dos Estados Unidos, como forma de simbolizar apoio às recentes sanções impostas ao ministro pelo governo norte-americano de Donald Trump, com base na Lei Magnitsky, por alegadas violações de direitos humanos.

Segundo os organizadores do ato, a mobilização havia sido planejada como uma manifestação pacífica, sem bloqueios, depredações ou palavras de ordem ofensivas. No entanto, a ação foi rapidamente interrompida pela PM, que impediu a montagem do material inflável pouco depois do início da manifestação.

“Estávamos armando o boneco para um protesto pacífico, mas fomos abordados e tivemos que desmontar tudo. Agora é esperar para ver o que vai acontecer”, afirmou um dos participantes, sob condição de anonimato.

Vídeos mostram abordagem policial

Vídeos do momento foram compartilhados nas redes sociais e mostram a chegada de viaturas da PM ao local. Os agentes conversam com os manifestantes e determinam a interrupção imediata da montagem, sem confronto físico, mas sob firme orientação para dispersão.

A justificativa para a ação policial ainda não foi oficialmente divulgada pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, mas há indícios de que a mobilização tenha sido enquadrada como possível risco à segurança e à ordem pública em área residencial.

Reações e críticas

A intervenção gerou críticas nas redes sociais por parte de defensores da liberdade de expressão e do direito à manifestação pacífica. Parlamentares da oposição afirmaram que o episódio demonstra “um clima de repressão crescente” e questionaram o critério da PM para intervir em um protesto sem sinais de violência.

“Manifestar-se com um boneco inflável e uma bandeira não é crime. Impedir isso é censura preventiva”, escreveu um deputado federal nas redes.

Por outro lado, aliados do ministro Alexandre de Moraes argumentam que a manifestação visava apenas provocar e constranger o magistrado em seu ambiente pessoal, o que configuraria abuso do direito de protesto.

Clima de tensão cresce após sanções

O episódio acontece em meio a uma escalada de tensão entre Brasil e Estados Unidos, após o governo Trump incluir Alexandre de Moraes na lista de sancionados pela Lei Magnitsky. O gesto, inédito na história recente das relações entre os dois países, gerou uma reação em cadeia em Brasília, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocando reuniões emergenciais e preparando um pronunciamento em rede nacional para defender o STF.

O ministro Moraes ainda não comentou publicamente sobre o protesto em frente à sua residência, mas aliados afirmam que ele acompanhará pessoalmente o desenrolar do caso.

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Bruno Rigacci

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