Lula faz discurso bizarro, ameaçador e chama Eduardo de “filho do coisa”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elevou o tom nesta segunda-feira (28) ao acusar, de forma direta e contundente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de “traição ao Brasil”. Segundo Lula, o parlamentar teria atuado junto ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para pressionar o governo americano a aplicar tarifas sobre produtos brasileiros, numa tentativa de forçar o recuo das autoridades nacionais em investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Durante um evento público transmitido ao vivo, Lula evitou citar o nome de Eduardo, referindo-se a ele como “filho do coisa”, mas deixou clara a alusão. Em tom de indignação, afirmou:
“De forma sem vergonha, deixou a Câmara dos Deputados e foi para os Estados Unidos pedir para o Trump fazer a taxação do Brasil para não deixar o pai dele ir preso.”
O petista fez ainda uma imitação em tom de deboche do que chamou de súplica do deputado ao líder republicano:
“’Taxa, Trump; taxa porque estão perseguindo o meu pai, pelo amor de Deus. Taxa!’”
O presidente perguntou ao público, em tom irônico:
“Vocês acham que isso é correto?”
A declaração ocorre em meio à crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos, acirrada após a decisão do governo Trump de aumentar de 10% para 50% as tarifas sobre produtos brasileiros. O Planalto tenta reverter a medida, enquanto uma comitiva liderada pelo chanceler Mauro Vieira está em Washington tentando abrir diálogo, até agora sem sucesso.
Reação no Congresso
As acusações de Lula rapidamente repercutiram no Congresso. Parlamentares da oposição classificaram as falas como “irresponsáveis” e “eleitoreiras”, enquanto aliados do presidente afirmaram que a denúncia é grave e precisa ser investigada.
Eduardo Bolsonaro ainda não respondeu publicamente às declarações, mas assessores próximos ao deputado afirmaram que ele considera as acusações “absurdas” e “sem qualquer prova”. Fontes do PL afirmam que o parlamentar avalia entrar com uma ação judicial contra Lula por calúnia e difamação.
Escalada de tensão
O episódio marca mais um capítulo na escalada de tensões entre os Três Poderes e na deterioração do diálogo entre governo e oposição. A suposta articulação de Eduardo Bolsonaro com Trump — se confirmada — poderá reacender debates sobre atuação política internacional de parlamentares brasileiros sem respaldo institucional.
Nos bastidores, líderes do PT defendem uma resposta mais dura às movimentações da família Bolsonaro no exterior, enquanto setores da base aliada avaliam a possibilidade de uma nova convocação de Eduardo Bolsonaro para prestar esclarecimentos na Câmara.
Próximos passos
A fala de Lula surge também em um momento crítico, com rumores de que os EUA poderão impor sanções a autoridades brasileiras — incluindo ministros do STF e aliados do governo — com base na Lei Magnitsky. A diplomacia brasileira está sob intensa pressão, e a retórica do presidente pode influenciar os próximos desdobramentos.
O clima é de instabilidade. E, para muitos observadores, o discurso desta segunda-feira deixa claro: o embate entre Planalto e bolsonarismo voltou a se acirrar — agora, com dimensões internacionais.