Trump fecha acordos com Japão, China, União Europeia e outros, mas deixa Lula falando sozinho
A poucos dias da entrada em vigor do novo pacote tarifário dos Estados Unidos, o governo do presidente Donald Trump anunciou neste domingo (27.jul.2025) uma série de acordos comerciais estratégicos com a União Europeia, Japão, China e outras nações, deixando o Brasil completamente fora das negociações.
A exclusão brasileira reforça a expectativa de que, a partir de 1º de agosto, passe a valer uma tarifa de 50% sobre todos os produtos exportados do Brasil aos EUA, um dos maiores mercados consumidores do planeta. O gesto de Washington é visto como uma clara sinalização política e comercial — e representa um duro revés para o governo Lula.
O acordo mais robusto foi selado com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, durante uma reunião em Edimburgo, na Escócia. As tarifas originalmente previstas de 30% sobre produtos europeus foram reduzidas para 15%, em troca de:
US$ 750 bilhões em compras de energia dos EUA pela UE
US$ 600 bilhões em investimentos europeus em infraestrutura energética e digital em solo americano
“É o maior de todos os tempos”, celebrou Trump em tom característico, ao anunciar o pacto com o bloco europeu.
Brasil isolado nas negociações
A ausência do Brasil nos acordos ocorre mesmo após tentativas diplomáticas do governo Lula de reabrir canais de diálogo com Washington. Fontes ligadas ao Itamaraty confirmam que houve diversas tentativas de contato direto com autoridades americanas, mas não houve retorno formal por parte da Casa Branca.
A exclusão brasileira é interpretada por analistas como resultado de uma série de fatores:
– O alinhamento ideológico entre Lula e regimes como o de Nicolás Maduro, repudiado pelo governo Trump;
– A falta de acordos bilaterais comerciais sólidos com os EUA;
– E a percepção, em Washington, de que o Brasil tem se aproximado mais de países como China e Rússia, em detrimento de parceiros tradicionais ocidentais.
Reações no Brasil
A notícia caiu como uma bomba em Brasília. Membros da base aliada do governo reconheceram reservadamente o “isolamento” do Brasil nas negociações globais e demonstraram preocupação com o impacto nas exportações. Por outro lado, parlamentares da oposição acusaram Lula de “fracasso diplomático” e “humilhação internacional”.
“Trump deixou Lula falando sozinho. É uma situação vexatória para o Brasil, fruto de uma política externa errática e ideológica”, afirmou o deputado federal Marcel van Hattem (NOVO-RS).
Impactos econômicos e diplomáticos
Se confirmada, a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pode atingir em cheio setores como agronegócio, mineração, aço e manufaturados, com efeitos diretos sobre empregos e competitividade internacional.
O governo Lula ainda não se pronunciou oficialmente sobre a exclusão, mas há expectativa de uma reação formal nas próximas horas. Diplomatas próximos ao Planalto admitem que o cenário é crítico e que não há mais margem para reversão imediata, dada a postura firme do governo Trump.