Preocupado, Barroso manda carta a Donald Trump, mas surge o vídeo que desmente tudo (veja o vídeo)
Em carta divulgada na noite deste domingo (13), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, criticou a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Segundo Barroso, a justificativa dada por Trump — de que o Brasil persegue o ex-presidente Jair Bolsonaro — parte de uma “compreensão imprecisa dos fatos”.
“No Brasil de hoje, não se persegue ninguém”, afirmou o ministro. Barroso ainda ressaltou que seu papel é apresentar uma “descrição factual e objetiva da realidade” e que visões ideológicas distintas “não dão direito a ninguém de torcer a verdade ou negar os fatos concretos que todos viram e viveram”.
A manifestação marca a primeira reação formal da Suprema Corte brasileira à decisão de Trump, que justificou a tarifa como uma resposta à suposta “caça às bruxas” contra Bolsonaro, atualmente réu no STF sob a acusação de tentativa de golpe de Estado.
No entanto, a narrativa de imparcialidade do Judiciário brasileiro, defendida por Barroso, vem sendo duramente contestada por críticos. Um vídeo amplamente compartilhado nas redes sociais mostra o próprio ministro, em julho de 2023, durante o Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Recife, afirmando diante de uma plateia de militantes:
“Nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre.”
A fala foi interpretada como um posicionamento político explícito e, para muitos observadores, contradiz a tentativa de apresentar o STF como um ator neutro na crise institucional brasileira.
A declaração reavivou críticas ao Supremo por supostamente ultrapassar os limites constitucionais de suas atribuições, sendo visto por parte da sociedade como um agente político, e não apenas jurídico. Para analistas internacionais como Donald Trump, essas evidências reforçam a percepção de que há perseguição a Bolsonaro — algo que o Judiciário brasileiro nega veementemente.
“O Judiciário está ao lado dos que trabalham a favor do Brasil e está aqui para defendê-lo”, concluiu Barroso em sua nota oficial.
A polêmica promete aumentar a tensão entre Brasília e Washington, ao mesmo tempo em que reacende o debate interno sobre os limites e o papel das instituições na democracia brasileira.
— Gonçalo Mendes Neto, jornalista.