Eduardo sobe o tom, diz que Moraes é “frouxo” manda um aviso
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) subiu o tom contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em uma série de publicações recentes nas redes sociais. O parlamentar fez ataques diretos ao magistrado, a quem chamou de “frouxo”, e insinuou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, agirá contra Moraes e sua esposa, a advogada Viviane Barci.
Em tom de provocação, Eduardo questionou por que o ministro não adota contra Trump as mesmas medidas que aplicou a ele próprio, ao blogueiro Allan dos Santos e ao empresário Elon Musk, todos alvos de decisões do STF no âmbito de inquéritos que investigam a disseminação de fake news e ataques às instituições democráticas no Brasil.
“Por que o senhor não faz a mesma coisa com o Trump que fez comigo? Que fez com Allan dos Santos e Elon Musk… Por que você não coloca o Trump no inquérito das fake news?”, provocou Eduardo.
O deputado também afirmou que Alexandre de Moraes está “com medo” e “sem dormir”, sugerindo que o ministro teme sanções internacionais. Ele mencionou diretamente a Lei Magnitsky, legislação dos Estados Unidos que permite a aplicação de sanções a indivíduos envolvidos em corrupção ou violações graves de direitos humanos, independentemente de sua nacionalidade.
“Eu tô apontando isso aqui para provar que o Alexandre de Moraes não é macho. Alexandre de Moraes é um frouxo (…), porque ele sabe que daqui a pouco vai vir a Lei Magnitsky”, escreveu.
Contexto de tensão
As declarações acirram ainda mais a tensão entre bolsonaristas e o Supremo Tribunal Federal, especialmente com Moraes, que atua em investigações contra membros da base do ex-presidente Jair Bolsonaro por ataques à democracia. Moraes é relator de diversos inquéritos no STF envolvendo suposta articulação de atos golpistas, milícias digitais e desinformação em massa.
Nos bastidores, aliados do ministro afirmam que ele não pretende responder diretamente às provocações, mas que tomará providências caso haja quebra de decoro, ameaça ou incitação à violência.
Lei Magnitsky e possível ofensiva internacional
A citação da Lei Magnitsky por Eduardo Bolsonaro aponta para a intenção de setores bolsonaristas de buscar pressão internacional contra autoridades brasileiras, especialmente nos EUA, onde há interlocução com membros do Partido Republicano ligados a Donald Trump.
A legislação, aprovada pelo Congresso norte-americano em 2012, já foi utilizada para punir indivíduos de vários países acusados de envolvimento em violações de direitos humanos. Não há, até o momento, qualquer indicação de que o governo dos EUA tenha planos de aplicar a lei contra autoridades brasileiras.
Reações
Até o momento, o Supremo Tribunal Federal não se pronunciou oficialmente sobre as declarações. A Procuradoria-Geral da República também não comentou se investigará as falas do deputado licenciado.
A escalada nas declarações de Eduardo Bolsonaro ocorre em um momento em que o Judiciário intensifica a apuração sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, episódio no qual o nome de Eduardo aparece em algumas investigações.