A confissão absurda de Lula…
Antes mesmo de o ministro Alexandre de Moraes intervir novamente, desta vez derrubando decisões legítimas do Congresso Nacional sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), uma declaração estarrecedora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já havia deixado clara a real dinâmica de poder no país.
“Se eu não entrar com recurso no Judiciário, se eu não for à Suprema Corte, eu não governo mais o país”, afirmou Lula.
A frase, dita sem constrangimento, revela não apenas uma confissão explícita de dependência do Supremo Tribunal Federal (STF), mas também expõe o desequilíbrio institucional que vem corroendo a democracia brasileira. O que se vê é um chefe do Executivo que já não se apoia em articulação política legítima ou nos instrumentos previstos pela Constituição, mas sim em decisões judiciais — muitas vezes monocráticas — para impor sua vontade.
A recente anulação de decisões do Congresso sobre o IOF por Moraes é apenas mais um capítulo desse enredo. Enquanto o Legislativo tenta exercer sua função de representar os interesses da população, ministros do Supremo parecem agir como corretores finais da agenda do Planalto, atropelando a independência entre os Poderes.
A pergunta que ecoa é simples, mas urgente: qual o limite dessa insanidade institucional?
O país assiste a uma inversão perigosa de papéis, onde o Judiciário atua como poder executivo de fato, o Executivo se esconde atrás da toga, e o Legislativo, acuado, vê seu papel constitucional sendo esvaziado. O desespero do PT, aliado à disposição de parte do STF em legislar e governar, abre caminho para um modelo político onde o voto popular e a separação entre os Poderes se tornam meras formalidades.
Essa nova configuração não é apenas disfuncional — ela é uma ameaça direta à democracia. E o Brasil, neste cenário, corre o risco de se transformar em um regime onde poucos decidem por todos, à margem da legalidade e da razão.