Carta de senador americano estremece a PGR
O cerco diplomático e político dos Estados Unidos ao Brasil pode estar se ampliando. A Procuradoria-Geral da República (PGR), comandada por Paulo Gonet, entrou no radar de autoridades americanas, que já direcionavam críticas e possíveis sanções ao ministro Alexandre de Moraes (STF) e ao governo Lula. A mudança de foco ocorreu após o envio de uma carta oficial por parte do senador Shane David Jett, integrante do Partido Republicano.
Segundo apuração do jornalista Paulo Cappelli, do portal Metrópoles, a carta de Jett solicita “esclarecimentos sobre medidas adotadas pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela PGR diante de supostas ilegalidades noticiadas pela imprensa brasileira e internacional”, em referência à atuação do STF nas redes sociais e a supostos abusos contra liberdades civis.
Possibilidade de sanções
Fontes ligadas ao governo norte-americano afirmam que, inicialmente, o plano da Casa Branca — influenciada por parlamentares republicanos — era impor sanções apenas ao ministro Alexandre de Moraes, para avaliar quais autoridades brasileiras continuariam apoiando suas decisões. No entanto, após o “tarifaço” anunciado por Donald Trump sobre produtos brasileiros, o clima se deteriorou ainda mais.
Agora, auxiliares do presidente norte-americano admitem que a imposição de sanções poderá incluir também integrantes da Polícia Federal e da PGR, sob a alegação de que teriam dado “sustentação institucional” às ações de Moraes contra plataformas digitais, empresários e influenciadores considerados críticos ao governo e ao STF.
Clima de tensão
A carta do senador Shane Jett é considerada um marco simbólico, pois demonstra que os questionamentos sobre o Judiciário e o Ministério Público brasileiros ultrapassaram o debate interno e passaram a gerar repercussões no cenário internacional.
Nos bastidores, a Procuradoria-Geral da República recebeu o alerta com surpresa e preocupação. Embora a PGR tenha se mantido distante de embates políticos diretos, a acusação de omissão ou conivência pode colocá-la no centro de uma crise diplomática inédita, com impactos institucionais sérios, inclusive no comércio exterior e em acordos de cooperação jurídica.
Reação brasileira
Até o momento, o Itamaraty e a PGR não se pronunciaram oficialmente sobre a carta ou a possibilidade de sanções. Internamente, setores do governo Lula temem uma escalada que possa prejudicar as já tensas relações com os Estados Unidos, especialmente após críticas à política externa brasileira e alinhamentos com regimes como Venezuela, Cuba e Irã.