O “objetivo final” do “sistema” é muito pior do que a prisão de Bolsonaro

Em um pronunciamento marcado pela emoção e por críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou neste sábado (5) que a perseguição política que diz enfrentar teria como objetivo não apenas sua prisão, mas sua “eliminação”, seja física ou política.

Réu em um processo no STF que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 — sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes —, Bolsonaro discursou diante de apoiadores em tom enfático e afirmou que não teme as consequências, mas se recusa a abandonar seus compromissos com a população.

“Não importa a covardia que fizeram comigo, eu não posso fugir da verdade com vocês que estão comigo”, declarou.
“O objetivo final não é me prender, mas eliminar. Não quero ser preso ou morto, mas não vou fugir da minha responsabilidade com vocês.”

A declaração foi feita em meio ao acirramento das tensões entre o ex-presidente e o Judiciário, que, segundo aliados, estaria extrapolando suas atribuições ao tratar de questões que envolvem atos políticos. Bolsonaro, que nega qualquer envolvimento em tentativa de ruptura institucional, tem reiterado que é vítima de uma campanha de perseguição judicial.

O discurso ocorre também em um momento de expectativa sobre as eleições de 2026. Mesmo inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro segue como figura central na articulação da direita e é visto como possível cabo eleitoral de peso, além de não descartar publicamente uma eventual anistia caso um aliado vença a disputa presidencial.

A fala reforça a estratégia do ex-presidente de se posicionar como alvo de uma perseguição política, buscando mobilizar sua base em torno da narrativa de injustiça e resistência.