Insano, Boulos convoca manifestação a favor de mais impostos… Quem vai?

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) convocou um ato político para o próximo dia 10 de julho na Avenida Paulista, em São Paulo, com o objetivo de apoiar uma proposta do governo que prevê o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida, segundo o governo federal, teria como objetivo “taxar os ricos”. No entanto, especialistas e membros do Ministério Público rebatem a narrativa, apontando que o IOF, na prática, afeta diretamente os mais pobres e a classe média.

A crítica mais contundente veio do procurador da República Hélio Trelho, que classificou como “mentira” a justificativa de que o IOF incide apenas sobre os mais ricos. Em publicação feita nesta semana na rede social X (antigo Twitter), Trelho expôs como o imposto atinge principalmente as camadas de menor renda da população:

“É mentira que IOF é imposto que só rico paga”, afirmou.
“Exemplos de situações em que o pobre e a classe média pagam IOF:

  • crediário (quando compra à prestação);

  • financiamento para compra de carro usado e de carro popular;

  • empréstimo consignado;

  • rotativo do cartão de crédito;

  • empréstimo direto ao consumidor (CDC);

  • cheque especial.”

O procurador também destacou que o IOF não é um imposto progressivo, ou seja, não leva em consideração a renda do contribuinte, mas apenas o valor da operação financeira. “Assim, quem mais depende de crédito — geralmente pessoas de menor renda e classe média — acaba pagando proporcionalmente mais IOF em relação à própria renda”, explicou.

Ato polêmico

A convocação do ato por Boulos gerou revolta em setores diversos, inclusive entre aliados da esquerda moderada, que consideram o apoio ao aumento do IOF uma medida incoerente com o discurso de justiça social. A proposta do governo enfrenta resistência até mesmo entre economistas ligados ao campo progressista, que alertam para o risco de penalizar justamente aqueles que mais dependem de crédito para viver.

Em um momento de endividamento recorde das famílias brasileiras — especialmente entre os mais pobres —, o aumento do IOF pode agravar ainda mais a situação financeira de milhões de pessoas.

A mobilização na Avenida Paulista promete ser palco de embates não apenas ideológicos, mas também sobre a responsabilidade fiscal e social das políticas públicas adotadas no país.

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Bruno Rigacci

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