Nova revelação sobre Erika Hilton é esmagadora para o PSOL
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) recebeu um reembolso de R$ 24,7 mil da Câmara dos Deputados por uma cirurgia realizada no nariz, em fevereiro de 2024. Segundo a parlamentar, o procedimento foi funcional, voltado ao tratamento de dificuldades respiratórias. No entanto, a operação também incluiu melhorias estéticas, realizadas no mesmo hospital, no mesmo dia e sob o mesmo ato cirúrgico.
De acordo com as regras da Câmara, procedimentos estéticos não podem ser reembolsados com recursos públicos. Ainda assim, o reembolso da parte funcional foi aprovado com base em normas internas que permitem despesas médicas sem limite de valor, desde que apresentadas notas fiscais válidas e que cada uma não ultrapasse R$ 135,4 mil.
Hilton afirma ter arcado com a parte estética do próprio bolso, apresentando à imprensa três notas fiscais: uma de R$ 26 mil referente à cirurgia funcional (reembolsada pela Câmara) e duas que somam R$ 22 mil atribuídas à porção estética do procedimento.
A operação foi realizada no Hospital Samaritano, em São Paulo, com participação de uma equipe médica que incluiu profissionais das áreas de otorrinolaringologia e cirurgia plástica. A integração das duas finalidades — saúde e estética — em um mesmo procedimento cirúrgico levanta questionamentos sobre a separação clara dos custos e da natureza da intervenção.
Internamente, o caso causou mal-estar no PSOL. Segundo relatos de bastidores, a decisão da deputada de realizar o procedimento logo após assumir a liderança da bancada, em fevereiro de 2024, pegou colegas de surpresa. Durante reunião da legenda, houve desconforto com o afastamento repentino. A deputada Talíria Petrone (RJ) teria se manifestado em defesa de Hilton diante das críticas veladas.
A polêmica expõe um conflito entre legalidade e legitimidade: embora a operação da parte funcional possa estar dentro dos parâmetros formais da Câmara, a simultaneidade com o procedimento estético e a posição de destaque ocupada por Hilton na liderança partidária intensificam as cobranças por transparência, responsabilidade com os recursos públicos e coerência política.
A assessoria da deputada reafirma que nenhum centavo da parte estética foi pago com verba pública e que todo o processo foi feito dentro das normas regimentais.
Ainda assim, o episódio alimenta o debate sobre os limites do uso do dinheiro público para procedimentos médicos de parlamentares — especialmente em casos em que as linhas entre o funcional e o estético se tornam difíceis de traçar.
