Ataque de hackers à bolsa do Irã destrói US$90 milhões de criptomoedas

Um grupo hacker identificado como Gonjeshke Darande (“Pardal Predador”), com possíveis ligações com Israel, reivindicou nesta quarta-feira (18/6) a autoria de um ataque cibernético à Nobitex, uma das maiores corretoras de criptomoedas do Irã. Segundo informações da empresa de análise blockchain TRM Labs, aproximadamente US$ 90 milhões em ativos digitais foram transferidos e destruídos.

O grupo acusou a plataforma de facilitar transações ilegais para o governo iraniano e de atuar como um canal para driblar sanções internacionais, além de financiar operações clandestinas ligadas à Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC).

 Segundo ataque em dois dias

Esse é o segundo ataque do grupo em menos de 48 horas. Na terça-feira (17), o Gonjeshke Darande também afirmou ter destruído dados do Bank Sepah, um dos maiores bancos estatais do Irã. A ofensiva ocorre em meio à crescente tensão entre Israel e Irã, elevando o nível dos conflitos cibernéticos com motivações geopolíticas.

 Objetivo: destruição, não roubo

De acordo com Andrew Fierman, chefe de inteligência de segurança nacional da Chainalysis, os hackers não estavam interessados em roubar os recursos — eles simplesmente eliminaram os fundos, indicando que o ataque teve como principal objetivo enviar uma mensagem política e estratégica.

Os fundos foram realocados para carteiras controladas pelos hackers e posteriormente tornados inacessíveis, tornando impossível a recuperação dos valores.

 Ameaça de exposição de dados

Além do ataque, os invasores ameaçaram divulgar o código-fonte da plataforma Nobitex, o que pode comprometer ainda mais a infraestrutura da corretora e colocar milhares de usuários em risco de novos vazamentos ou fraudes.

 Impacto e investigações

Autoridades iranianas ainda não se pronunciaram oficialmente, mas especialistas indicam que o impacto pode ser um dos maiores já registrados no ecossistema cripto do Irã. O país tem recorrido com frequência a ativos digitais como forma de contornar restrições econômicas impostas por sanções internacionais.

A Nobitex, frequentemente citada em relatórios de compliance global, nega envolvimento direto com o regime iraniano, embora tenha sido investigada anteriormente por supostas conexões com carteiras ligadas ao governo.

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Bruno Rigacci

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