Em 48h, a verdade vira à tona e deve atingir os planos de Moraes
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou nesta segunda-feira (17) que o Google forneça, no prazo de 48 horas, a identificação do responsável por ter publicado na internet a chamada “minuta do golpe”. A ordem faz parte das investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado entre os anos de 2022 e 2023, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
A solicitação atende a um pedido feito pela defesa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, que é réu no inquérito e prestou depoimento recentemente ao STF. Os advogados de Torres alegam que a versão do documento atribuído a ele pode ser facilmente localizada por qualquer pessoa, com uma simples busca no Google pelo termo “conjur/dl”. Segundo eles, isso indicaria que o arquivo circulava publicamente na internet e não seria exclusivo ou de posse do ex-ministro.
Durante o depoimento, Torres afirmou não se lembrar de ter recebido o documento e chegou a ironizar a situação, chamando o texto de “minuta do Google”, em referência à sua suposta disponibilidade pública.
Agora, com a determinação de Moraes, o Google terá que identificar quem foi o autor original da publicação do arquivo na internet. A decisão do ministro pode ter desdobramentos importantes, tanto para a linha de defesa de Torres quanto para os rumos da investigação conduzida pelo STF.
Se a gigante da tecnologia confirmar que o documento já estava publicamente disponível antes de chegar às mãos de autoridades ligadas ao governo Bolsonaro, isso poderá enfraquecer a narrativa de que a “minuta do golpe” era um plano deliberado de ação institucional.
A resposta do Google é aguardada com grande expectativa e poderá impactar diretamente o curso do processo — seja ao reforçar ou desmentir os argumentos de defesa. O caso continua sendo um dos principais focos de atenção no cenário político e jurídico do país.