Ex-repórter da Globo presa em flagrante por homofobia consegue liberdade provisória
A jornalista Adriana Catarina Ramos de Oliveira, de 61 anos, com passagens por diversos veículos de comunicação como EPTV (afiliada da TV Globo em Campinas), TV Cultura, Record, RIT TV e Globo São Paulo, foi presa em flagrante na tarde de sábado (14), acusada de crime de homofobia.
O caso ocorreu dentro de uma cafeteria no Shopping Iguatemi, localizado na Zona Oeste da capital paulista. De acordo com testemunhas e registros em vídeo, Adriana teria proferido ofensas de cunho homofóbico contra Gabriel Galluzzi Saraiva, que estava sentado em uma mesa próxima. Em uma das gravações, ela é ouvida chamando o homem de “bicha nojenta” e usando outras expressões pejorativas.
Segundo relatos, a confusão começou após Gabriel pedir calma à jornalista, que demonstrava impaciência com o atendimento no local. Uma testemunha que estava na cafeteria afirmou:
“Ouvi a mulher gritar com a funcionária do café, pedindo a conta e falando alto. O rapaz apenas pediu calma, dizendo ‘se acalma, ela já vai vir’. Foi aí que ela começou a ofendê-lo de várias formas, falando ‘pobre’, ‘bicha nojenta’, ‘você não deveria estar aqui’.”
As agressões verbais foram registradas por mais de um celular, e os vídeos circularam nas redes sociais. Policiais foram chamados ao local, e Adriana foi detida em flagrante.
A jornalista passou por audiência de custódia no domingo (15) e foi liberada, mas responderá ao processo em liberdade. O caso está sendo investigado como crime de homofobia, tipificado pela Lei nº 7.716/1989, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, que equiparou atos de discriminação por orientação sexual ao crime de racismo.
Gabriel Galluzzi prestou depoimento e deve ser incluído como assistente de acusação no processo. Em nota publicada nas redes sociais, ele agradeceu o apoio recebido e disse que “a luta contra o preconceito exige coragem e denúncia”.
A defesa de Adriana ainda não se pronunciou sobre o caso até o momento da publicação desta matéria.