Velha mídia expõe o que “olhar de Moraes a Gonet” revelou após declaração de Bolsonaro (veja o vídeo)
Um artigo opinativo publicado pelo portal UOL nesta sexta-feira (14) causou forte repercussão ao sugerir que o ex-presidente Jair Bolsonaro pode ter feito uma confissão espontânea durante seu depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O texto, intitulado “Olhar de Moraes a Gonet revela confissão espontânea de Bolsonaro”, defende que a simples resposta “sim, senhor” dada por Bolsonaro à indagação de Moraes pode ter implicações jurídicas significativas.
Durante o interrogatório, Moraes questionou: “A cogitação, a conversa, o início dessa questão de estado de sítio, de estado de defesa, teria sido em virtude da impossibilidade de recurso eleitoral?” — ao que Bolsonaro respondeu afirmativamente. Segundo o artigo, esse momento configuraria uma espécie de reconhecimento de que o então presidente iniciou articulações fora das vias legais após a derrota nas urnas, o que contrariaria a principal linha de defesa adotada até então por seus advogados.
“Sim, o capitão reconheceu, no tribunal, que diante da impossibilidade de contestar o resultado eleitoral, por vias legais, deu início à conspirata. Um verdadeiro míssil na linha de flotação da principal estratégia de sua defesa”, afirma o texto.
A publicação também especula sobre a reação de Moraes, capturada em imagens do depoimento, descrevendo um possível olhar de surpresa ou confirmação dirigido ao procurador-geral da República, Paulo Gonet. A legenda imaginária para o momento, segundo o artigo: “Taí, Gonet! Não é que ele confessou?”.
A defesa de Bolsonaro ainda não comentou oficialmente o artigo, mas interlocutores próximos ao ex-presidente consideram o conteúdo do UOL “especulativo” e “fora de contexto”. Advogados afirmam que a resposta de Bolsonaro não deve ser interpretada como confissão, mas sim como reconhecimento de que o debate sobre medidas como estado de sítio ou defesa foi aventado dentro de “parâmetros constitucionais”.
No entanto, para juristas e analistas políticos, a fala pode enfraquecer a tese de que as ações do ex-presidente após a eleição de 2022 teriam ocorrido dentro da legalidade. Isso ocorre em meio às diversas frentes de investigação que apuram a tentativa de abalar o processo democrático e de resistir ao resultado eleitoral por meio de articulações militares ou institucionais.