Fala irresponsável de Lula põe em risco a comunidade judaica no Brasil

Durante sua participação no congresso nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB) no último final de semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a fazer duras críticas à atuação de Israel na Faixa de Gaza, provocando forte reação de representantes da comunidade judaica e de setores políticos nacionais e internacionais.

Em seu discurso, Lula afirmou:

“O que nós estamos vendo não é uma guerra entre dois exércitos preparados, num campo de batalha, com as mesmas armas. Não! O que nós estamos vendo é um exército altamente profissionalizado matando mulheres e crianças indefesas na faixa de Gaza… isso não é uma guerra, é um genocídio.”

As palavras do presidente foram aplaudidas por parte da plateia presente ao evento, composta por militantes socialistas e aliados de esquerda. A fala de Lula foi vista por seus apoiadores como um posicionamento humanitário diante das altas cifras de vítimas civis no conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas. No entanto, para críticos, o discurso cruzou a linha da crítica política e aproximou-se de uma retórica hostil que pode fomentar discursos antissemitas.

Representantes de organizações judaicas no Brasil e no exterior reagiram com preocupação. Em nota, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) afirmou que “generalizações sobre o povo judeu e acusações de genocídio alimentam o antissemitismo e colocam em risco a segurança da comunidade judaica”.

A controvérsia ocorre em meio a uma escalada de violência relacionada ao conflito. Nos Estados Unidos, dois jovens diplomatas israelenses foram mortos em Washington D.C., num ataque ainda sob investigação. E no último dia 1° de junho, no estado do Colorado, um homem de origem egípcia ateou fogo a manifestantes pró-Israel, ferindo oito pessoas, incluindo um sobrevivente do Holocausto. Segundo testemunhas, o agressor teria gritado palavras de apoio à causa palestina.

As autoridades americanas ainda não estabeleceram uma ligação direta entre os ataques e qualquer figura pública internacional, incluindo Lula. Ainda assim, analistas alertam para os efeitos que discursos inflamados podem ter no contexto de radicalização global, especialmente em momentos de alta tensão política e humanitária.

A polêmica também reacendeu o debate sobre a responsabilidade de líderes políticos em suas falas, especialmente em temas sensíveis como conflitos internacionais, terrorismo e direitos humanos.

Lula ainda não se pronunciou sobre as críticas recebidas após seu discurso. Já o governo brasileiro, por meio do Itamaraty, reiterou sua posição de defesa da paz, da solução de dois Estados para o conflito israelo-palestino e do respeito ao direito internacional humanitário.

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Bruno Rigacci

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