Moraes vai pra cima do jornalista Paulo Figueiredo

Durante uma sessão no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes fez duras críticas ao jornalista Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente João Figueiredo, acusando-o de ser uma peça-chave em uma rede de desinformação com intenções antidemocráticas. Com um mandado de prisão preventiva em aberto e considerado foragido, Figueiredo foi alvo de declarações incisivas por parte do ministro, que apontou a atuação do jornalista como uma ameaça direta à estabilidade das instituições brasileiras.

“Atenta contra a democracia do Brasil sem ter coragem de viver no Brasil”, afirmou Moraes, destacando o fato de Figueiredo estar fora do país.

Influência herdada e uso político do sobrenome

Segundo Moraes, a influência que Paulo Figueiredo ainda exerce em setores das Forças Armadas decorre não de seu trabalho, mas de sua ligação familiar com o último presidente do regime militar (1964-1985). O ministro acusou o jornalista de usar o legado histórico do avô como escudo para propagar desinformação e influenciar discursos radicais.

“Na verdade, só tem influência nas Forças Armadas porque é neto do último presidente durante o tempo de golpe militar.”

Carta golpista e o risco institucional

Entre os episódios citados pelo ministro, está a divulgação de uma carta com teor golpista, supostamente enviada por Figueiredo a oficiais militares, com o objetivo de incentivar rupturas institucionais. Moraes classificou a ação como gravíssima, destacando a intenção de influenciar os comandos militares contra a ordem democrática.

“Quem vazou a carta aos comandantes, a carta golpista?”, questionou o ministro de forma contundente.

A normalização de discursos antidemocráticos

O ministro também alertou para a normalização do discurso extremista nas redes sociais, especialmente por figuras que, segundo ele, se escondem atrás da fachada de jornalistas. Moraes acusou Figueiredo de instigar a população contra generais e instituições, fomentando o ódio e a divisão nas Forças Armadas.

“Se normalizou que um pseudojornalista pudesse atacar generais comandantes de região, jogando parte da população contra eles.”

O uso ambíguo do discurso ‘contundente’

Ao citar as declarações de Figueiredo pedindo ações “mais contundentes” por parte dos militares, Moraes criticou o uso calculado e ambíguo da linguagem, sugerindo que o objetivo real seria a ruptura da ordem institucional.

“Contundente no quê?”, indagou o ministro, desafiando a retórica usada por apoiadores de medidas autoritárias.

Resposta do Estado e papel do STF

Moraes enfatizou que o Estado brasileiro está preparado para agir, mesmo contra os que se encontram fora do país. O ministro defendeu o papel do STF como guardião da democracia e alertou que a Justiça continuará tomando as medidas necessárias para conter ameaças institucionais:

“A Justiça brasileira está atenta e vai agir com firmeza.”

Ele mencionou que já existem pedidos de cooperação internacional em curso, e reforçou que o status de foragido de Paulo Figueiredo não impedirá sua responsabilização judicial.

Liberdade de expressão com responsabilidade

O ministro também abordou os limites da liberdade de expressão, enfatizando que não se pode confundir opinião com incitação ao crime ou desordem institucional.

“Não confundamos liberdade com libertinagem.”

Moraes defendeu o jornalismo profissional e baseado em fatos, criticando a atuação de quem se apresenta como jornalista, mas age com intenções políticas e antidemocráticas.

“O jornalismo tem um papel essencial na democracia. O que não podemos aceitar é a instrumentalização da profissão para fins golpistas.”

Conclusão

As declarações de Alexandre de Moraes reforçam o endurecimento do Supremo contra figuras consideradas influentes em narrativas antidemocráticas, mesmo que atuem do exterior. O caso de Paulo Figueiredo, com implicações judiciais e simbólicas, passa a ser um marco no embate entre as instituições democráticas e o que o ministro chama de “militância digital camuflada de jornalismo”.

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Bruno Rigacci

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