Bolsonaro prepara “arsenal” contra Lula em rede nacional

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reapareceu publicamente em uma nova campanha de seu partido voltada à defesa dos aposentados brasileiros. Em vídeo gravado em Brasília, Bolsonaro aparece ao lado de um casal de idosos que afirma sofrer há mais de dois anos com descontos não autorizados em seus benefícios do INSS. A iniciativa, organizada pelo Partido Liberal, faz parte de uma estratégia política para denunciar supostos abusos ocorridos durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Com cerca de uma hora e meia de duração, a gravação mostra o ex-presidente ouvindo atentamente os relatos do casal, que afirma ter valores mensais entre R$ 45 e R$ 50 debitados sem autorização. As cobranças seriam feitas pela Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec), entidade até então desconhecida pela maior parte da população.

Durante o vídeo, Bolsonaro manifesta indignação com a situação e critica a falta de fiscalização por parte do atual governo. A peça será uma das principais apostas da nova campanha do PL, que terá o slogan “Aposentadoria é sagrada” e começará a ser veiculada no próximo dia 27 de maio em horário eleitoral gratuito e nas redes sociais.

Fraudes e omissão governamental

De acordo com o Partido Liberal, a campanha não se limitará ao caso do casal. A sigla promete levar à tona uma série de denúncias sobre irregularidades em entidades que cobram mensalidades de beneficiários do INSS sem autorização prévia. A Ambec é uma das que figuram nessa lista.

O caso exposto reflete uma preocupação maior: a fragilidade dos mecanismos de proteção aos aposentados e pensionistas frente a práticas consideradas abusivas e, muitas vezes, ilegais. Segundo parlamentares do PL, apesar das repetidas denúncias, o governo Lula tem sido omisso e não promove ações eficazes para coibir esse tipo de fraude.

A legenda afirma que o Ministério da Previdência tem ignorado alertas e que não há fiscalização adequada sobre as associações que operam com autorização de descontos na folha do INSS.

Campanha coordenada por nomes estratégicos

A ação tem à frente dois nomes de peso ligados ao ex-presidente: o ex-secretário de Comunicação Social da Presidência, Fábio Wajngarten, e o publicitário Duda Lima, responsável por campanhas anteriores de Bolsonaro. Ambos articulam a produção e a veiculação da campanha, com foco tanto em impacto emocional quanto político.

A estratégia também busca reforçar a imagem de Bolsonaro como defensor dos mais vulneráveis, especialmente entre os idosos, segmento numeroso e de alta relevância eleitoral. Aliados próximos veem na campanha uma oportunidade de ampliar a base de apoio e contrastar a atuação do ex-presidente com a gestão atual.

Ambec sob suspeita

A Ambec, mencionada no vídeo, já recebeu denúncias semelhantes anteriormente. A prática comum dessas associações consiste em promover a filiação de beneficiários do INSS sem consentimento expresso, passando a debitar valores mensais sob a justificativa de oferta de “benefícios coletivos”. Muitas vezes, os aposentados só percebem as cobranças ao consultarem seus extratos previdenciários.

O caso expõe a fragilidade na segurança dos dados dos segurados e levanta dúvidas sobre a transparência na autorização desses descontos.

Repercussão e propostas no Congresso

Com o início da campanha, o PL pretende ainda pressionar o Congresso Nacional a discutir e aprovar projetos de lei que aumentem a proteção contra descontos não autorizados em benefícios previdenciários. Parlamentares da oposição devem apresentar requerimentos para convocação de autoridades do INSS e do Ministério da Previdência para prestar esclarecimentos.

Organizações da sociedade civil voltadas à defesa dos direitos dos idosos também acompanham o caso, que pode ganhar novos contornos com a exposição pública promovida pela campanha.

Conclusão: fraudes ganham visibilidade e pressionam por ação governamental

A nova ofensiva do PL amplia o debate sobre a vulnerabilidade dos aposentados frente a fraudes praticadas por entidades conveniadas ao INSS. Com forte apelo emocional e político, a campanha “Aposentadoria é sagrada” pode abrir caminho para uma mobilização nacional em torno do tema.

Enquanto o governo Lula é acusado de inércia, a oposição se movimenta para transformar a denúncia individual de um casal de idosos em uma bandeira coletiva, apostando no impacto social e eleitoral de uma causa que atinge milhões de brasileiros.

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Bruno Rigacci

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