Bolsonaro diz que pode ir à manifestação pró-anistia em Brasília no dia 7
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que pode comparecer à manifestação marcada para o próximo dia 7 de maio, em Brasília, em defesa da anistia dos condenados pelos atos de 8 de Janeiro de 2023. A declaração foi feita por meio de uma chamada de vídeo com apoiadores nesta quinta-feira (1º), diretamente do Hospital DF Star, onde segue internado.
Bolsonaro passou por uma cirurgia de 12 horas no último dia 13 de abril, para tratar aderências intestinais e reconstruir a parede abdominal. Embora tenha recebido alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na última quarta-feira (30), o ex-presidente ainda não tem previsão para deixar o hospital, de acordo com o último boletim médico.
Durante a conversa, ele demonstrou otimismo quanto à recuperação e disse esperar estar em casa até o fim de semana. “Mais uma semana em casa e eu volto à normalidade. Acredito que pelo menos lá na torre eu me faço presente, se estiver bem”, declarou, em referência à Torre de TV de Brasília, ponto de partida da manifestação.
Bolsonaro recomendou que o ato seja pacífico e sem confrontos. “O objetivo é fazer uma manifestação sem pegar pesado em cima de ninguém”, afirmou. Ele também minimizou as expectativas quanto à adesão popular: “Não vou falar que vai ter muita gente porque é uma caminhada até a região da Esplanada, não é uma concentração. Vão ter lá umas 2 mil pessoas, é mais do que suficiente.”
Será a primeira manifestação de apoio explícito ao ex-presidente na capital federal desde os ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. Na ocasião, extremistas invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto, em tentativa frustrada de reverter o resultado da eleição presidencial de 2022.
Discussão sobre anistia avança no Congresso
Enquanto apoiadores pressionam pela anistia, lideranças no Congresso discutem caminhos alternativos. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), articula um projeto que prevê a redução das penas impostas pelo STF aos envolvidos. A proposta está sendo negociada com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e ministros do Supremo.
Uma das versões em debate propõe o endurecimento das penas apenas para os organizadores das tentativas de golpe, ao mesmo tempo em que alivia as punições para os réus de menor envolvimento. As sentenças atuais chegam a até 17 anos de prisão.
A medida busca um ponto de equilíbrio entre punição e pacificação política. Como revelou a Coluna do Estadão, Motta já conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com integrantes do Judiciário para tentar costurar um acordo que permita a revisão das penas e reduza a tensão política em torno do tema.