Temendo pouco público, Lula evita tradicional ato de 1º de maio em troca de pronunciamento em Rede Nacional

Pela primeira vez desde que retornou à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não participará presencialmente das celebrações do Dia do Trabalhador, comemorado nesta quarta-feira (1º de maio). A decisão de evitar atos de rua foi motivada pelo temor de baixa adesão popular, como ocorreu no ano passado, quando o presidente enfrentou críticas até de aliados após discursar diante de um público reduzido.

Em 2024, a estratégia do Planalto foi diferente: Lula gravou um pronunciamento oficial, que será transmitido em cadeia nacional de rádio e televisão às 20h desta terça-feira (30). A gravação ocorreu no Palácio da Alvorada na última segunda-feira (28), em ambiente fechado e controlado — sinal de cautela com a exposição direta do presidente em eventos de mobilização popular.

Marinho representa o governo

Com a ausência de Lula nas ruas, o encarregado de representar o governo nos eventos será o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. Ele também assumiu, no ano passado, o papel de porta-voz em ocasiões similares. A repetição do gesto reforça a percepção de que o presidente tem preferido limitar aparições públicas em momentos de possível desgaste político.

A ausência neste 1º de Maio é simbólica, especialmente por se tratar de um ex-líder sindical cuja trajetória política foi construída em torno do protagonismo da classe trabalhadora. Ao longo de seus mandatos anteriores, Lula participou de diversos atos e manifestações ao lado de centrais sindicais, tornando sua ausência este ano ainda mais marcante.

Pronunciamento deve focar em economia e emprego

Embora o conteúdo do pronunciamento oficial ainda não tenha sido divulgado, a expectativa é que Lula aborde medidas econômicas, programas sociais e ações de estímulo ao emprego, temas centrais de seu terceiro mandato. No entanto, analistas avaliam que, até o momento, essas pautas não conseguiram gerar ampla mobilização popular em defesa do governo.

A decisão de Lula ocorre em um momento de maior cautela política do Planalto, que tenta equilibrar a agenda pública com os desafios de imagem enfrentados pelo governo. A escolha por um formato mais seguro e sem riscos de rejeição visível parece ter prevalecido sobre a simbologia histórica da data para o petismo.

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Bruno Rigacci

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