Carol aciona TCU contra manobra que pode gerar rombo milionário
A deputada federal Carol De Toni (PL-SC), líder da Minoria na Câmara dos Deputados, protocolou nesta quarta-feira (16) uma representação no Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo investigação sobre a recente compra do Banco Master pelo BRB (Banco de Brasília). Segundo a parlamentar, a operação pode ter sido uma manobra para evitar a falência do Master e o consequente acionamento do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
De Toni denuncia que a transação foi feita de forma apressada e nos bastidores, sem a devida transparência, com o risco de gerar prejuízos bilionários ao sistema financeiro nacional e ao patrimônio público.
“É uma bomba-relógio montada com o dinheiro de milhares de brasileiros. Em vez de uma intervenção transparente, resolveram tudo com uma compra feita por um banco controlado pelo governo do Distrito Federal. Isso precisa ser investigado com urgência”, afirmou a deputada.
Risco ao FGC
De acordo com reportagens do Money Times e E-Investidor (Estadão), o Banco Master teria cerca de R$ 49 bilhões em Certificados de Depósito Bancário (CDBs) emitidos — o equivalente a 96% da capacidade total do FGC para cobrir esse tipo de título.
Para atrair investidores, o banco oferecia rendimentos acima da média de mercado, o que, segundo especialistas, poderia ter mascarado uma grave crise de liquidez e solvência.
Caso a falência tivesse sido decretada, o FGC teria que intervir em proporção histórica, o que colocaria em risco instituições como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, que integram o fundo e poderiam ser forçados a realizar aportes bilionários — com impactos diretos nas contas públicas.
Críticas ao Banco Central
Além da transação, Carol De Toni também critica a atuação do Banco Central, que teria permitido a captação desproporcional de recursos por parte do Banco Master, mesmo com sua estrutura baseada em ativos de alto risco.
“O BC falhou. Essa negligência compromete a credibilidade do sistema, pode provocar crise de confiança, encarecimento do crédito e instabilidade econômica”, declarou a parlamentar.
O que pede a representação
Na peça protocolada no TCU, a deputada solicita:
Investigação da legalidade da operação de compra do Banco Master pelo BRB;
Apuração da conduta do Banco Central e de possíveis omissões regulatórias;
Avaliação dos riscos ao patrimônio público e ao sistema financeiro;
Eventual responsabilização dos envolvidos, caso sejam comprovadas irregularidades.
“Não vamos permitir que operações arriscadas sejam varridas para debaixo do tapete com dinheiro público. O governo Lula pode até tentar esconder, mas nós vamos expor e cobrar. O povo brasileiro tem o direito de saber e ser protegido dessas jogadas perigosas”, concluiu Carol.