Antes mesmo de voltar ao Brasil, Lula já planeja novas viagens

Durante uma entrevista coletiva realizada neste sábado (29) em Hanói, capital do Vietnã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou que viajará à Rússia em maio para participar da comemoração dos 80 anos da vitória na Segunda Guerra Mundial. Além disso, anunciou que seguirá para a China para um encontro com a Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos).

“Eu pretendo ir à Rússia dia 9 de maio para a comemoração dos 80 anos da vitória da Segunda Guerra Mundial. Depois eu vou à China fazer uma reunião com a Celac. Em todos esses fóruns eu vou tentar discutir a questão da paz”, declarou Lula.

O presidente brasileiro afirmou que já conversou com o líder russo Vladimir Putin sobre a necessidade de buscar uma solução política para o conflito entre Rússia e Ucrânia. Lula tem defendido que o Brasil pode desempenhar um papel na mediação do conflito.

Lula elogia Trump e critica Biden

Um dos pontos mais inesperados da entrevista foi o elogio de Lula a Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos. Segundo o petista, Trump demonstrou disposição para discutir alternativas diplomáticas para a guerra entre Rússia e Ucrânia, algo que, segundo ele, deveria ter sido feito pelo atual presidente americano, Joe Biden.

“Eu poderia ser radical contra Trump, mas na medida que o Trump toma a decisão de discutir a paz entre Rússia e Ucrânia, que o Biden deveria ter tomado, eu sou obrigado a dizer que o Trump está no caminho certo”, disse Lula.

Apesar disso, Lula também destacou que pretende estabelecer contato direto com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reforçando a necessidade de um diálogo entre os dois lados do conflito.

“Para ter paz, tem que colocar Putin e Zelensky em cima de uma mesa, parar de atirar e começar a plantar comida e discutir paz”, afirmou.

96 dias fora do país e gastos bilionários

Com o encerramento da atual viagem à Ásia — que incluiu compromissos no Japão e no Vietnã — Lula já terá acumulado 96 dias fora do Brasil desde o início de seu terceiro mandato.

Segundo dados da Controladoria-Geral da União (CGU), as despesas com viagens internacionais do governo petista já ultrapassam R$ 4,58 bilhões, um valor superior ao total gasto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em seus quatro anos de governo, que somou R$ 4,15 bilhões.

Além da Rússia e da China, a agenda internacional de Lula para 2025 inclui visitas a pelo menos 13 países, entre eles Chile, França, Canadá, Argentina, Colômbia, Estados Unidos, Malásia e África do Sul.

Críticas e defesa das viagens internacionais

O número crescente de viagens internacionais e os altos custos envolvidos têm sido alvo de críticas da oposição, que questiona os benefícios práticos dos compromissos no exterior diante de problemas internos como a estagnação econômica, a criminalidade e a queda nos índices de confiança empresarial.

Apesar disso, Lula tem defendido sua agenda internacional como parte de uma estratégia para fortalecer o papel do Brasil no cenário global. Para o presidente, essas viagens são essenciais para atrair investimentos, fortalecer parcerias comerciais e ampliar o protagonismo diplomático do país.

Com a aproximação das eleições presidenciais de 2026 e um cenário político polarizado, a estratégia externa de Lula pode se tornar um dos principais alvos de debate entre governo e oposição nos próximos anos.

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Bruno Rigacci

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