‘Exatamente o que vimos acontecer na Venezuela’, diz Bolsonaro sobre STF
Em uma declaração contundente, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acusou o Brasil de atravessar uma das maiores crises de sua história, não apenas econômica, mas também democrática. A crítica foi feita após a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidir, nesta quarta-feira (26), tornar Bolsonaro e outros sete ex-integrantes de seu governo réus em um processo relacionado aos eventos de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores do ex-presidente invadiram os prédios dos Três Poderes em Brasília.
Bolsonaro, que já enfrentava acusações e investigações durante e após o seu mandato, fez um paralelo entre a situação atual do Brasil e o que, segundo ele, ocorreu na Venezuela, onde a Justiça foi usada para manipular os resultados eleitorais. Para o ex-presidente, a decisão do STF é parte de uma estratégia para impedi-lo de concorrer novamente, alegando que seus opositores estão usando a máquina judicial para mantê-lo afastado da política.
“O Brasil Está Sendo Roubado do Direito de Escolher Seu Presidente”
Em sua declaração, Bolsonaro enfatizou que, se tivesse a oportunidade de disputar as eleições de 2026, ele venceria. Ele fez uma forte crítica ao atual governo e às autoridades que, segundo ele, estão mais preocupadas em “garantir que eu passe o resto da minha vida na cadeia” do que em resolver os problemas reais do país.
“O Brasil está vivendo uma das maiores crises de sua história – não só econômica, mas também democrática. Quando fui presidente, reduzimos a inflação, criamos empregos e trouxemos investimentos para o país como nunca antes. Agora, com a economia em queda livre, empresas fechando e famílias sem conseguir pagar o básico, aqueles que deveriam governar para o povo estão preocupados com outra coisa: garantir que eu passe o resto da minha vida na cadeia para nunca mais disputar uma eleição”, afirmou Bolsonaro.
Ele também criticou a ação da Justiça como uma tentativa de impedir a livre escolha do povo. “Isso é exatamente o que vimos acontecer na Venezuela, onde usaram a Justiça como arma para definir o resultado das eleições antes mesmo do povo votar. No Brasil, estão tentando fazer a mesma coisa. O nosso povo está sendo roubado do direito de escolher seu presidente”, declarou.
A Crítica ao Poder Judiciário e à Perseguição Política
Bolsonaro usou sua fala para atacar diretamente a interferência do Judiciário no processo eleitoral, sugerindo que o país não pode ser considerado uma democracia se decisões de tribunais estão impedindo líderes populares de se candidatarem. “Nenhum país pode se chamar de democracia quando seu líder mais popular é retirado da disputa com manobras judiciais.”
O ex-presidente não poupou críticas ao Supremo, insinuando que o Judiciário não está agindo em nome da defesa da democracia, mas sim com o objetivo de perpetuar no poder aqueles que buscam controlá-lo. “É por isso que estão fazendo isso – não para ‘defender a democracia’, mas para se agarrar ao poder a qualquer custo”, afirmou.
Bolsonaro também fez uma análise do momento econômico do país, destacando a dificuldade financeira enfrentada por muitas famílias e o impacto no mercado de trabalho. “Enquanto eles tentam calar a oposição, a economia afunda, os investidores fogem e o povo trabalhador paga a conta da incompetência.”
A Defesa da Democracia “Real”
O ex-presidente finalizou sua fala reforçando a necessidade de uma democracia genuína, onde a escolha do presidente é feita diretamente pelo povo nas urnas, e não por “meia dúzia de juízes dentro de um tribunal”. “O Brasil merece uma democracia de verdade – onde quem escolhe o presidente é o povo, na urna, e não meia dúzia de juízes dentro de um tribunal. O futuro do nosso país está em jogo.”
A fala de Bolsonaro gerou repercussão e reacendeu o debate sobre o papel do Judiciário nas questões políticas e a liberdade de expressão no Brasil. O ex-presidente segue sendo uma figura polarizadora na política nacional, com apoio de uma parte significativa da população, mas também sendo alvo de críticas por sua condução do governo durante seu mandato.